Hospitais particulares estão sem anestésicos

Escassez de sedativos para intubação pode provocar mais mortes por Covid-19

A situação é crítica e, se medidas urgentes não forem tomadas em âmbito nacional, mais pacientes morrerão. Esta é a conclusão a que chegou a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) depois de um levantamento entre instituições de saúde particulares de todo Brasil. Segundo a Associação, os estoques de medicamentos necessários para intubação de pacientes, como o propofol e cisatracurio, devem acabar nesta segunda-feira (22).

O alerta foi feito por meio de uma Carta Aberta, na qual se afirma o “risco iminente de falta de medicamentos para pacientes com Covid-19”. A escassez é o problema mais grave enfrentado pelos hospitais no momento. O levantamento junto aos seus associados, no dia 18 de março de 2021, mostra que alguns remédios tinham estoque médio apenas até o dia de hoje (22). São eles:

•Propofol – até 22/3

•Cisatracurio – até 22/3

•Atracúrio – até 22/3

•Rocuronio – até 27/3

•Midazolam – até 1/4

•Fenatanila – até 6/4

“Entendemos a preocupação do governo em garantir os insumos necessários para a atenção aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), mas a situação do setor privado também é bastante preocupante e, certamente, atingirá o seu ápice nos próximos dias. Caso essas instituições fiquem sem as medicações necessárias para os procedimentos exigidos em pacientes acometidos pela Covid-19, a alta demanda dos hospitais privados sobrecarregará ainda mais o setor público- agravando a situação do sistema de saúde brasileiro”, diz a Anahp na carta.

“Nos últimos dois dias, houve várias requisições, desorganizando a cadeia de suprimentos e privando hospitais dos recursos necessários já contratados para atender à crescente demanda de pacientes com a Covid-19. Assim sendo, solicitamos ao Ministério da Saúde e demais órgãos competentes atenção urgente em relação à esta questão crítica que a saúde está vivendo, colocando em risco a vida dos pacientes.”

Paraná

Para os hospitais do Sistema Único de Saúde, o governo do Paraná garantiu a entrega do kit intubação, na última semana. Os hospitais particulares, no entanto, temem que a regulação do governo federal aos estoques da indústria farmacêutica possa prejudicar as instituições privadas que não atendem pelo SUS. Na semana passada, o Plural mostrou que os hospitais de Curitiba contavam apenas com os estoques dos medicamentos que já tinham.

“Todos os anestésicos de uso em intubações e UTIs estão em falta. Os fornecedores começaram a derrubar pedido, já nem respondem. Quem tem estoque, está se virando com o que tem. Quem não tem estoque vai ter que fechar leito”, disse Flaviano Ventorim, presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar). “Nosso receio é o Ministério da Saúde requisitar os estoques da indústria e distribuir como desejar; e os hospitais privados não estão no mapa do Ministério, mas também atende Covid, infarto, AVC.”

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