Cursinho Solidário está com inscrições abertas

Professores auxiliam gratuitamente estudantes sem condições financeiras para pagar os estudos

O Cursinho Solidário de Curitiba, que atende sem custo alunos de baixa renda que vão prestar vestibular ou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), está com as inscrições abertas até a próxima quarta-feira (27). Para 2021, o projeto pretende disponibilizar 400 vagas para as turmas de extensivo. 

Desde o projeto piloto, elaborado há 19 anos, a organização tem o objetivo de transformar a vida de estudantes de baixa renda, oferecendo uma preparação de qualidade para jovens e adultos de Curitiba e Região Metropolitana.

As inscrições devem ser realizadas pelo site do projeto até o dia 27 de janeiro. Para participar, o candidato deve:

  • Ter estudado em escola pública ou em escola particular com bolsa integral;
  • Estar concluindo o Ensino Médio neste ano ou já ter terminado;
  • Possuir renda de até um salário mínimo por pessoa da família.

Os candidatos passam por um processo seletivo, que neste ano, por causa da pandemia, será uma redação on-line. Depois, precisam passar por uma entrevista socioeconômica. Para isso, deverão ter/enviar cópias e originais dos seguintes documentos:

  • Documento oficial de identificação com foto;
  • Histórico escolar do Ensino Médio, ou declaração;
  • Declaração de ter estudado com bolsa integral, se for o caso;
  • Três últimas contas de energia;
  • Três últimas contas de água;
  • Três últimas contas telefônicas;
  • Três últimos comprovantes de todas as pessoas da família que compõem a renda.

A divulgação do resultado da primeira fase será em 5 de fevereiro. O resultado final do processo, que consiste na somatória da média da prova e avaliação da entrevista, será divulgado em 19 de fevereiro.

Seguindo os protocolos do Ministério da Saúde quanto ao distanciamento social, o início das aulas está previsto para 02 de março, e elas acontecerão na sede Batel do Curso Positivo, em Curitiba. Conforme o idealizador e um dos coordenadores do projeto, Elias Bonfim, as salas terão 30% da capacidade máxima de 300 alunos (ou seja, 90 estudantes por sala) e as aulas serão retomadas no modelo híbrido, caso seja autorizado.

Mudanças 

Por conta das incertezas que a pandemia trouxe para o campo da educação, o projeto coordenado pela ONG Formação Solidária teve que passar por alguns ajustes. Preparados tanto para o modelo híbrido de ensino quanto para aulas totalmente remotas, o Cursinho segue com a tarefa de oferecer a melhor preparação pré-vestibular possível para seus estudantes. Quem afirma é Elias Bonfim. Segundo ele, o corpo docente, formado por professores voluntários, junto do material de qualidade e da estrutura da organização, tem plenas condições de tornar possível o sonho de diversas pessoas de ingressar em uma universidade. 

A vestibulanda Nayara Carvalho, de 27 anos, estuda no Cursinho Solidário desde 2019 e sonha em cursar Medicina. Ela conta que, com o início da pandemia, a adaptação para o on-line foi difícil, mas o esforço dos educadores fez com que ela tivesse vontade de continuar. “Na sala de aula a gente via um empenho muito grande dos professores de fazer aquilo ali acontecer. A gente quer se empenhar justamente para devolver esse esforço que eles fazem,” afirma. 

Segundo a estudante, a organização atua muito mais do que apenas na formação acadêmica dos alunos. “O Cursinho foi fundamental, não só na minha preparação, na questão de me dar ferramentas para que eu corresse atrás dos meus objetivos, mas também de me preparar como cidadã.” Nayara, que aguarda o resultado da primeira fase do Enem, já se inscreveu esse ano para o Cursinho. “A gente não peca por ser precavido”, brinca a vestibulanda. 

Para Carlos Henrique dos Santos, de 19 anos, os dois anos que passou no Cursinho Solidário possibilitaram que ele estudasse diversos conteúdos que não havia visto na escola. Ele relata que, mesmo com as dificuldades do ensino remoto, conseguiu melhorar seu desempenho e rendimento, conquista que atribui aos professores, segundo ele. Esse ano, Carlos espera passar em Direito na Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Por que as coisas estão ficando mais complicadas com a pandemia, é bom já começar uma faculdade para ter alguma profissão o quanto antes, arranjar um estágio e reunir algum dinheiro”, finaliza. 

Além dos estudantes, o corpo docente do Cursinho também passou por diversas mudanças. É o que conta o professor de matemática Bruno Morás, que faz parte do projeto desde 2012. Ele conheceu a iniciativa através de um amigo quando ainda era um estudante universitário, em Curitiba. Morás conta que adaptar as aulas para o modo remoto foi um desafio. Para 2021, ele deixa um conselho aos estudantes que estão na dúvida sobre fazer ou não a inscrição devido às adversidades do ensino à distância: “Esse ano, infelizmente, é um ano de muitas incertezas. Por isso, a gente não deve fechar nenhuma porta, temos que deixá-las sempre abertas. Acredito que não fazendo a inscrição, o estudante pode estar fechando uma porta em um ano muito restritivo”, comenta. 

Como se inscrever

As inscrições devem ser feitas por meio do site do Cursinho Solidário. Basta preencher o cadastro com os dados pessoais, e em seguida pagar a taxa de inscrição. 

Para mais informações, acesse o Facebook da organização ou entre em contato pelo email [email protected], ou telefone (41) 98843-6682.

Colaborou: Maria Cecília Zarpelon

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