Pacientes HIV+ ficam fora dos grupos prioritários da vacina

Doença aumenta risco de infecções graves, mas AIDS não está entre as comorbidades listadas nos Planos de Vacinação

Com 16.903 pessoas vivendo com HIV/AIDS na cidade, Curitiba decidiu deixá-las de fora das populações que terão prioridade para receber a vacina contra Covid-19. Como a AIDS – doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) – reduz as defesas imunológicas do paciente, o risco dele desenvolver sintomas graves se infectado com coronavírus é maior. Os Planos Estadual e Federal de Vacinação também excluíram os pacientes HIV+ do grupo prioritário para imunização.

“Uma pesquisa divulgada pela revista HIV Medicine indicou que pessoas com HIV com contagens de CD4 abaixo de 350 têm quase três vezes mais probabilidade de apresentar sintomas graves da Covid-19 do que pessoas com contagens de CD4 mais altas”, explica o conselheiro municipal de saúde e ativista, Augusto Menna Barreto.

A recomendação, diz Menna Barreto, é que principalmente pacientes com baixa contagem de CD4 – um tipo de célula do sistema imunológico que é o principal alvo do vírus HIV – sejam vacinados. Quedas na contagem dessas células indicam menor capacidade de defesa e maior risco de desenvolvimento de infecções graves.

A inclusão desse público deverá ser reivindicada pela Aliança Nacional LGBTI+ junto ao Ministério da Saúde e pelo Fórum ONGs Aids Paraná junto a Secretaria de Estado da Saúde nos próximos dias. E a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV + Curitiba deverá enviar uma nota à Secretaria Municipal da Saúde fazendo o mesmo pedido.

Os pacientes HIV+ já estão entre os públicos prioritários, por exemplo, na vacinação contra a gripe. No Plano de Vacinação Covid-19 de Curitiba, no entanto, a infecção por HIV ficou de fora. O documento municipal seguiu os grupos definidos nos Planos Estadual e Federal de vacinação, que também excluíram este grupo dos prioritários.

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