Volta às aulas tem seis colégios fechados na Grande Curitiba

Casos confirmados entre educadores suspenderam atividades escolares na Capital e na RMC

Antes mesmo do início das aulas presenciais para os alunos da Rede Estadual de Ensino do Paraná, ao menos seis colégios em Curitiba e Região Metropolitana foram fechados após confirmações de Covid-19 entre professores e funcionários. Os profissionais da Educação retornaram às escolas em fevereiro e passaram por capacitações e reuniões pedagógicas presenciais nas últimas duas semanas, quando começaram os surtos.

O calendário letivo teve início na última quinta-feira (18), com acolhimento às famílias. Nesta segunda (22), foram retomadas as aulas on-line e a volta presencial dos estudantes será no dia 1º de março, com ensino híbrido.

De acordo com a APP-Sindicato, que representa os educadores, somente entre 15 e 19 de fevereiro, por causa da semana pedagógica, foram 55 colégios fechados em todo Estado em decorrência da contaminação de profissionais por coronavírus. Das escolas, cinco ficam na Região Metropolitana e uma em Curitiba.

Na Capital, o colégio Leôncio Correia, no Bacacheri, teve as atividades suspensas após as confirmações. Outras duas escolas em São José dos Pinhais, uma em Araucária, uma em Campo Largo e outra em Fazenda Rio Grande também foram interditadas para desinfecção e quarentena de 14 dias, segundo o sindicato.

Os casos de contaminação entre profissionais da Educação parecem ter pesado na avaliação do Núcleo de Concursos da UFPR, que neste domingo (21) suspendeu, poucas horas antes, o concurso da Polícia Civil, que seria realizado em escolas estaduais. Uma das justificativas foi de que os locais não tinham como garantir a segurança dos candidatos contra o coronavírus. “Se as escolas não podem nem ter um concurso, que é um dia só, como retornar com aulas presenciais nesse momento?” questiona a entidade.

“A circulação nas escolas aconteceu durante o ano todo. Mas agora, com professores e alunos, a tendência é piorar a situação. Nossos colegas relatam as condições das salas, pouco ventiladas. Os protocolos de biossegurança enviados às escolas são impraticáveis e muitas não têm funcionários suficientes para dar conta de fiscalizar os procedimentos básicos. Na minha escola, nas salas 7×7 (metros) serão 18 alunos”, alerta uma professora da Rede Estadual.

“As condições das escolas são problemáticas. Algumas não têm água para lavar as mãos, fora as questões estruturais, de internet ainda sem instalação e salas pequenas, sem ventilação”, diz ela. “Precisou de uma pandemia para mostrar que as nossas janelas não abrem. São situações que nos fazem prever que não vai dar certo.”

Salas de aula têm pouca ventilação. Foto: Plural.jor

“Em 13 anos de profissão, nunca senti tanto medo entre os professores. Há uma imposição aos diretores para fazer funcionar o ensino híbrido, o rodízio de alunos e o protocolo de segurança. Está nas mãos deles, que serão avaliados a cada três meses. Mas a forma como foi tudo imposto pela Seed é um agravante para nós. Há escolas em que 80% dos pais disseram que vão mandar os filhos. Como vamos garantir que eles não vão estar circulando?”, questiona a professora. “A nossa responsabilidade enquanto professor é dupla, pois além de ensinar ainda temos que cuidar das medidas de segurança para 20 alunos.”

Veja as escolas fechadas na RMC, segundo a APP:

Colégio Julio Szymanski – Araucária

Colégio do Campo Eunice Borges da Rocha – São José dos Pinhais

Colégio da Colônia Murici – São José dos Pinhais

Colégio Otalípio Pereira de Andrade – Campo Largo

Colégio Olindamir Merlin Claudino – Fazenda Rio Grande

Colégio Leôncio Correia – Curitiba

A Secretaria Estadual de Educação (Seed) foi procurada pelo Plural para esclarecer as denúncias, porém, não se manifestou até o fechamento desta reportagem.  

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