4 comentários em “Quiz Plural: meu filho deve voltar para a escola?”
João Noarm
Para o murídeo governador e seu chaveirinho municipal, importa atender aos donos das escolas, pressionados pelos pais, que não aguentam mais os filhos em casa e conseguem pagar para alguém que cuide de seus rebentos. Ninguém está preocupado se haverá uma nova onda de contaminação, transmissão. São tempos loucos de loucos e seus seguidores mais alucinados ainda. Salve-se quem puder.
1-número de casos por 100.000 habitantes;
2- % de testes PCR com resultado positivo
(nos últimos 14dias);
3- capacidade de implementar 5 estratégias de mitigação (uso de máscaras; distanciamento mínimo entre pessoas; higiene das mãos; limpeza e desinfecção de ambientes; rastreamento de contatos)
Vejamos os números para Curitiba entre 18/01 a 01/02 (período de 14 dias):
1-
6.560 novos casos
Para uma população de 1.993.000 habitantes (IBGE, 2019):
São 329 novos casos por 100.000 habitantes.
O número: 329.
Segundo o CDC, pra haver risco baixo, deveria ser menor que 20.
Números maiores que 200 representam risco altíssimo de transmissão em escolas.
2-
Outro indicador do CDC seria a porcentagem de testes RT-PCR positivos nos últimos 14 dias.
Segundo dados do Paraná, entre 18/01 e 01/02:
122.132 total de testes RT-PCR foram realizados. Houve 35.788 positivos, correspondendo a 29%.
Nota: os dados para casos positivos incluem diagnósticos realizados por testes rápidos e também por critérios clínicos, portanto, o número pode ser menor que 29%. Ainda assim, levando em conta que cerca de 35% dos testes correspondam aos feitos via RT-PCR, isso implica em um número da ordem de 10%.
Segundo o CDC, para risco baixo, o número deveria ser menor que 5%.
Números maiores que 10% representam risco altíssimo.
3-
Uma das cinco estratégias de mitigação não está sendo contemplada de maneira razoável em Curitiba. Por exemplo, no caso específico das recomendações de testagem e rastreamento de contatos, há uma diretriz do CDC no sentido de viabilizar testes em pessoas assintomáticas (https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/php/open-america/expanded-screening-testing.html). Para isso, deveria haver uma política de testagem ampla, o que não ocorre em Curitiba.
4-
Mais um indicador: leitos de UTI.
Em 01/02: 83% de ocupação de leitos UTI SUS exclusivos para Covid-19, em Curitiba.
Segundo o CDC, para risco baixo, este número deveria ser menor que 10%. Porcentagens maiores que 15% representam risco altíssimo.
Estas comparações, no contexto dos indicadores sugeridos pela CDC, indicam que Curitiba – e o Paraná – não deveriam promover o retorno às aulas presenciais neste momento, dado que diversos indicadores correspondem a risco altíssimo de transmissão em escolas.
Resumo da ópera:
Dados os riscos evidentes,
1- Os governos não deveriam estabelecer o retorno presencial.
2- As pessoas não deveriam aderir ao retorno presencial.
Nos próximos dias, estaremos estabelecendo um “experimento” com nossas crianças, jovens, professores e profissionais ligados à educação.
Seria recomendável NÃO fazê-lo.
Tem toda razão, Arandi. O sistema de alerta da prefeitura de Curitiba só mede as alterações de uma semana a outra. Por isso o alerta está amarelo apesar dos indicadores serem piores que os de julho, quando tivemos um pico. Mas isso passa uma falsa sensação de segurança a população, que acha que o pior já passou. Não passou.
Para o murídeo governador e seu chaveirinho municipal, importa atender aos donos das escolas, pressionados pelos pais, que não aguentam mais os filhos em casa e conseguem pagar para alguém que cuide de seus rebentos. Ninguém está preocupado se haverá uma nova onda de contaminação, transmissão. São tempos loucos de loucos e seus seguidores mais alucinados ainda. Salve-se quem puder.
Seria interessante destacar as diretrizes que o mesmo CDC estabelece, para nortear a reabertura de escolas (https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/community/schools-childcare/indicators.html#thresholds)
:
1-número de casos por 100.000 habitantes;
2- % de testes PCR com resultado positivo
(nos últimos 14dias);
3- capacidade de implementar 5 estratégias de mitigação (uso de máscaras; distanciamento mínimo entre pessoas; higiene das mãos; limpeza e desinfecção de ambientes; rastreamento de contatos)
Vejamos os números para Curitiba entre 18/01 a 01/02 (período de 14 dias):
1-
6.560 novos casos
Para uma população de 1.993.000 habitantes (IBGE, 2019):
São 329 novos casos por 100.000 habitantes.
O número: 329.
Segundo o CDC, pra haver risco baixo, deveria ser menor que 20.
Números maiores que 200 representam risco altíssimo de transmissão em escolas.
2-
Outro indicador do CDC seria a porcentagem de testes RT-PCR positivos nos últimos 14 dias.
Segundo dados do Paraná, entre 18/01 e 01/02:
122.132 total de testes RT-PCR foram realizados. Houve 35.788 positivos, correspondendo a 29%.
Nota: os dados para casos positivos incluem diagnósticos realizados por testes rápidos e também por critérios clínicos, portanto, o número pode ser menor que 29%. Ainda assim, levando em conta que cerca de 35% dos testes correspondam aos feitos via RT-PCR, isso implica em um número da ordem de 10%.
Segundo o CDC, para risco baixo, o número deveria ser menor que 5%.
Números maiores que 10% representam risco altíssimo.
3-
Uma das cinco estratégias de mitigação não está sendo contemplada de maneira razoável em Curitiba. Por exemplo, no caso específico das recomendações de testagem e rastreamento de contatos, há uma diretriz do CDC no sentido de viabilizar testes em pessoas assintomáticas (https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/php/open-america/expanded-screening-testing.html). Para isso, deveria haver uma política de testagem ampla, o que não ocorre em Curitiba.
4-
Mais um indicador: leitos de UTI.
Em 01/02: 83% de ocupação de leitos UTI SUS exclusivos para Covid-19, em Curitiba.
Segundo o CDC, para risco baixo, este número deveria ser menor que 10%. Porcentagens maiores que 15% representam risco altíssimo.
Estas comparações, no contexto dos indicadores sugeridos pela CDC, indicam que Curitiba – e o Paraná – não deveriam promover o retorno às aulas presenciais neste momento, dado que diversos indicadores correspondem a risco altíssimo de transmissão em escolas.
Resumo da ópera:
Dados os riscos evidentes,
1- Os governos não deveriam estabelecer o retorno presencial.
2- As pessoas não deveriam aderir ao retorno presencial.
Nos próximos dias, estaremos estabelecendo um “experimento” com nossas crianças, jovens, professores e profissionais ligados à educação.
Seria recomendável NÃO fazê-lo.
Tem toda razão, Arandi. O sistema de alerta da prefeitura de Curitiba só mede as alterações de uma semana a outra. Por isso o alerta está amarelo apesar dos indicadores serem piores que os de julho, quando tivemos um pico. Mas isso passa uma falsa sensação de segurança a população, que acha que o pior já passou. Não passou.
Arandi, parabéns e obrigado por aplicar fazer as contas.
Vou indicar a leitura.