Cerca de um mês antes de um caminhão percorrer 15 quilômetros dentro de Curitiba a Polícia Militar realizou um grande “treinamento para simular ataques a banco ou à cidade” nos mesmos bairros atingidos pelo veículo: Bairro Novo e Cidade Industrial. No dia em que a mesma região foi surpreendida por um caminhão de grande porte descontrolado, parece que a preparação não resultou em ação.
Na época, a PM afirmou ao G1 que “o objetivo da ação é estabelecer parâmetros para ação da Polícia Militar”. Em outro comunicado, sobre um simulado semelhante em São José dos Pinhais, o texto oficial afirma que “O objetivo da ação é avaliar as melhores formas de agir em casos de tomada de cidades e novo cangaço, aperfeiçoando o trabalho policial frente a situações de crises”.
O exercício incluiu disparo de munição, explosões, a movimentação de dezenas de policiais e um alerta para que a população “não se assustar”. Os comunicados não detalham os resultados dos simulados, nem o custo dessas operações. Só a hora de vôo dos helicópteros Falcão da PM custa em torno de R$ 3,7mil.
Desde o fim de novembro, a PM realizou pelo menos três desses simulados de crimes violentos na região metropolitana de Curitiba: em São José dos Pinhais, em Curitiba e em Colombo. E voltou a mobilizar uma grande quantidade de policiais, veículos e até helicóptero no último dia 19 de janeiro, no centro de Curitiba, em operação de reforço de policiamento ostensivo, segundo a jornalista Luciana Pombo.
Os simulados destinam-se à preparação para enfrentamento ao “novo cangaço”.