Moradores da ocupação Nova Esperança fazem protesto contra a violência policial

Marcha organizada pelo Movimento Popular por Moradia está marcada para esta sexta (3)

Na última terça (30), uma ação violenta da Polícia Militar (PM) resultou na morte de um rapaz de 24 anos, na ocupação Nova Esperança, em Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba. A companheira dele, uma adolescente de 15 anos que estava grávida, também foi ferida pela PM. Os vizinhos contam que, após os tiros, a moça foi colocada dentro da viatura pelos policiais, gerando pânico em toda a comunidade. Quando falaram com o Plural, no dia seguinte, os líderes comunitários ainda não sabiam onde ela estava. “Quando foi localizada, a jovem relatou ter sido torturada”, informa o Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná (Coped).

Indignado com a violência policial, o Movimento Popular por Moradia convocou uma marcha para esta sexta (3). “Diferentemente do que alega a polícia, bem como as grandes imprensas, o que houve naquela noite foi tortura e execução à queima-roupa, desdobrando-se numa violenta repressão sobre a população da comunidade que buscava tomar conhecimento da ação da PM dentro da propriedade da vitima”, afirmam as lideranças.

A concentração está marcada para 13h, no endereço: rua Mauro M Dantas, 333 (dentro da ocupação Nova Esperança). O grupo deve caminhar até a Prefeitura de Campo Magro. “Contamos com o apoio e solidariedade de todos que entendem que lutar pelo direito à terra e à vida são pilares fundamentais para a conquista da democracia real. Fé na luta, pé no chão!”, convida o Movimento Popular por Moradia.

Assembleia

O Coped prometeu acompanhar o ato e realizar uma assembleia presencial na ocupação, como gesto simbólico de apoio à comunidade. A plenária começa às 9h e termina às 12h, com transmissão ao vivo. Clique aqui para assistir. Em seguida, o grupo vai até a porta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), de onde pretende caminhar até o prédio da Secretaria de Segurança Pública (SESP).

O Conselho também já encaminhou ao Ministério Público do Paraná (MPPR) pedido de providências quanto à proteção da adolescente testemunha ocular da execução. O colegiado ainda solicitou que os chamados “confrontos policiais”, cada dia mais frequentes no Paraná, não sejam mais investigados pela PM e sim pela Polícia Civil (PC) e pelo Gaeco. “Além disso, o Coped está encaminhando à Sesp solicitação de que sejam instaladas câmeras nos uniformes dos policiais como forma de evitar a letalidade das ações da corporação”, diz a assessoria.

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