Famílias que tiveram casas incendiadas no Morro do Sabão começam a reerguer imóveis

De acordo com a prefeitura, há um projeto para construção de casas populares em outra área da região

Moradores do Morro do Sabão, no Parolin, voltaram a ocupar a área na qual um incêndio destruiu mais de 30 moradias em fevereiro deste ano, em Curitiba. Nesta semana algumas pessoas iniciaram a construção de residências após quatro meses da tragédia.

De acordo com a Companhia de Habitação (Cohab), atualmente 37 famílias estão recebendo o benefício do auxílio-moradia, mas o dinheiro é insuficiente para bancar um aluguel. O valor do repasse é de R$ 500.

Cerca de um mês após o incêndio, a prefeitura enviou operários ao local para realizar uma “limpeza” na área. Segundo a Cohab, um acesso ao morro foi aberto – antes disso não era possível subir com veículos, por exemplo.

A ideia é facilitar a chegada de caminhões de bombeiros, coletas de lixo e melhorar a mobilidade. Em nota, a Cohab afirmou ainda que as famílias que permaneceram no local devem receber ligações de água, esgoto e energia elétrica.

Vida que segue

Foto: Colaboração/Plural.

Para quem não tem condições de refazer a casa, a esperança é que a Cohab dê andamento no plano de construção de novas moradias em outros terrenos do Parolin. A Companhia afirmou ao Plural que há esta pretensão, mas não informou uma data para que ocorra.

A previsão é de que sejam construídas 64 habitações nas imediações do bairro, para “manter o vínculo que os moradores já possuem com a região, como filhos na escola e CMEI, cadastro na Unidade de Saúde e outros equipamentos e serviços públicos”, conforme informou em nota a Cohab.

Enquanto a vida no morro não volta ao normal, a comunidade se articula para conseguir se manter. A construção de uma cozinha comunitária, idealizada pela costureira Isete do Rocio, está em andamento.

A obra é feita com dinheiro doado por outras pessoas e executada sem custo pelo marido e filho da moradora, que são pedreiros de ofício.

Moradia

Em Curitiba há um déficit habitacional grande. Cerca de 50 mil pessoas estão inscritas no cadastro da Cohab para conseguirem uma casa.

Nesta semana movimentos sociais participaram de um protesto em Curitiba para pedir a prorrogação da decisão judicial que impede despejos durante a pandemia. Os manifestantes seguiram pelo Centro Cívico até a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e a sede do Governo do Estado.

Depois disso, representantes da Campanha Despejo Zero participaram de uma reunião com membros da Comissão de Direitos Humanos da Alep e Defensoria Pública do Estado.

De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Curitiba e região metropolitana têm um déficit habitacional de 80 mil moradias.

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