Depois que milhares de profissionais de saúde precisaram se aglomerar na fila do chamado “pavilhão da cura”, no Parque Barigui, onde se concentra a vacinação contra a Covid-19 em Curitiba, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que cinco dos maiores hospitais da cidade vão receber as vacinas in loco, ou seja, alguns dos que atuam na linha de frente contra a doença serão imunizados em seus locais de trabalho.
Porém, isso só vai acontecer no Hospital das Clínicas, Hospital do Trabalhador, Evangélico, Cajuru e Pequeno Príncipe, e só será vacinado quem estivar na lista dos hospitais. Os profissionais de saúde das demais instituições seguem a vacinação via aplicativo ‘Saúde Já’, com agendamento para aplicação no Barigui.
Em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (29), a secretária de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, disse que a decisão foi tomada após a aglomeração de pessoas registrada ontem na entrada do pavilhão, que precisou ser fechado mais cedo. Segundo ela, tudo se deu devido a “fake news” de que a vacina iria acabar, o que teria levado muitas pessoas sem agendamento ao local.
“Houve uma enxurrada de profissionais sem agendamento e que não constavam em lista de hospitais e correu isso na cidade de maneira equivocada. Não é pra irem no Barigui sem agendamento. Isso tá criando tumulto. Quem tem agendamento, em cinco minutos são vacinados. Se não tivéssemos fake news, o processo iria bem.”
No entanto, ela admite que houve erro de comunicação entre a Secretaria e os hospitais, que -conforme mostrou o Plural – emitiram comunicados a seus funcionários, solicitando a presença no pavilhão durante o dia de ontem, das 8h30 às 19h, mesmo para quem não tinha agendamento.
“Ontem tentamos otimizar. Por causa de abstenções, tivemos seis mil vacinas e pedimos a algumas instituições que mandassem alguns profissionais, mas virou um pandemônio. Talvez foi um erro de comunicação. Eram quatro hospitais, 50 profissionais de cada e não era esse o objetivo. O problema foram as fake news que rolaram na cidade. Não é pra ir sem cadastro nem nome na lista pois não será vacinado”, completa a secretária.
Devido ao tumulto, a Prefeitura decidiu abrir o pavilhão para vacinação também no domingo, entre 9h e 15h. “Será só com agendamento para profissionais que não têm horário para ir durante a semana, para grupos dos hospitais das listas, que serão chamados. Não adianta ir pra fila que não será vacinado”, reforça Márcia.
Descentralização
Sobre a centralização da vacina no Barigui, criticada por instituições paranaenses e profissionais de saúde, a superintendente executiva da SMS, Beatriz Batistela, reforçou que o local é apropriado e evita desvio das doses, porém, disse que, com a imunização de grande parte da população, a descentralização para unidades de saúde pode acontecer no futuro.
Com mais de 900 mil cadastros no aplicativo, a SMS tenta se organizar com as 43,5 mil doses da vacina que recebeu do Ministério da Saúde. Sobre a segunda dose, que deve ser aplicada em 21 dias, a informação é de que os profissionais de saúde também terão o agendamento feito pelo aplicativo de celular. O processo ocorrerá ao mesmo tempo em que outros grupos prioritários estarão recebendo a primeira dose do imunizante, todos no pavilhão do parque Barigui.
Eu desconfio que foi o general Pazuello o responsável pela logística da Prefeitura de Curitiba para a vacinação dos profissionais de saúde. Teria sido muito mais lógico, simples e seguro levar as vacinas aos locais de trabalho dos profissionais da saúde, evitando os deslocamentos e aglomerações no pavilhão do parque Barigui.