“Pavilhão da cura” tem aglomeração e fecha mais cedo

Único local de vacinação na Capital acumula profissionais de saúde em plena pandemia

O pavilhão de eventos do Parque Barigui, em Curitiba, chamado pelo prefeito Rafael Greca (DEM) de ‘pavilhão da cura’, registrou nesta quinta-feira (28) mais um dia de aglomeração de pessoas. Desta vez, muito maior devido à chuva e ao grande número de profissionais de saúde que foram chamados a se imunizar contra o coronavírus. Mesmo com o agendamento feito pelo aplicativo ‘Saúde Já’ da Prefeitura, a organização não foi suficiente e as pessoas se aglomeraram na entrada do espaço, contrariando as regras de segurança contra a Covid-19.

O número de profissionais no Barigui foi tão grande que o local precisou ser fechado uma hora antes do previsto. Às 18h, o acesso ao parque foi interrompido. “Aqueles que tinham horários agendados para a noite desta quinta-feira não devem ir ao local e aguardar novas orientações”, informa a Prefeitura.

“Eu fui tomar a vacina hoje porque sobraram algumas vagas e a chefia comunicou pra gente ir. Estava muita fila, muita gente. Quando começou a chover, eles foram direcionando o pessoal para baixo da cobertura, mas era um espaço pequeno, ficou bem aglomerado. Todo mundo grudado um no outro, distanciamento zero. Foi bem complicado. Depois que entrava no pavilhão foi rápido. Passamos numa fila, fizemos a ficha e já fomos para o boxe vacinar. Lá dentro foi rápido, foi tranquilo. Mas lá fora estava complicado”, diz uma enfermeira, que prefere não se identificar.

O Centro de Eventos Positivo, no Parque Barigui, é o único onde está sendo realizada a vacinação contra o coronavírus na Capital. A centralização já foi motivo de repúdio de cinco instituições do sistema de justiça, que recomendaram a descentralização do processo, justamente para evitar aglomerações desnecessárias.

Foto: Plural.jor

Além disso, a necessidade de deslocamento dos profissionais de saúde ao Barigui vem causando problemas nas escalas de trabalho e nos atendimentos nos hospitais, conforme mostrou o Plural. “O sentimento é de tristeza porque você está ali na linha de frente, dando a cara a tapa e eles não disponibilizam a vacina pra você no seu local de trabalho, no local mais próximo da sua residência. Eu moro do outro lado da cidade, longe do parque. Não disponibilizam as coisas para você numa facilidade maior por ser profissional de saúde. É bem indignante isso de ter que se deslocar tão longe para chegar lá e ainda ter que esperar um monte e ficar todo mundo muito perto um do outro”, afirma a profissional de saúde.

De acordo com a Prefeitura, o problema ocorreu devido à busca direta pela vacina, o que não é indicado. “Na última quarta-feira (27/1), foi identificado alto índice de absenteísmo (ausência dos convocados). Mais de 50% dos profissionais da saúde agendados não compareceram. Para agilizar o fluxo da vacinação, a SMS fez contato com alguns hospitais da cidade e orientou o encaminhamento escalonado de suas equipes para o local.”

“A SMS reforça que a vacinação não está aberta para procura direta. Neste momento, apenas profissionais de saúde dos hospitais estão sendo imunizados. Devem comparecem ao local apenas os profissionais com agendamento e aqueles que forem comunicados por suas chefias para se deslocar ao centro de vacinação, seguindo os horários indicados”, responde a SMS, em nota.

Próximos dias

Segundo comunicado enviado hoje pela Secretaria de Saúde aos hospitais de Curitiba, cada instituição deverá organizar um quantitativo de pessoas a ser encaminhado por hora ao Barigui, nos dias 29 e 30 de janeiro e também 1 de fevereiro. As datas e quantitativos de cada hospital serão informados individualmente pela SMS. “Os profissionais devem ser da saúde e constar na listagem da Prefeitura e os setores encaminhados devem ser da alimentação, higiene e manutenção. Todos devem portar documentos com foto e crachá do hospital.”

Assim, os hospitais já começaram a informar seus colaboradores, como o Evangélico Mackenzie, que soltou o seguinte comunicado: “Os profissionais assistenciais (médicos, residentes e especializandos) que não foram vacinados contra a Covid-19, devem ir até o pavilhão de vacinação localizado no Parque Barigui, nos dias 28 e 29 de janeiro, das 8h30 às 19h, e apresentar um documento com foto para receber a vacina, mesmo sem o agendamento”.

O Hospital de Clínicas (HC) destaca que, diferente de outras campanhas, nesta não recebeu as doses para aplicação no próprio hospital. “O agendamento é realizado pela SMS e temos buscado organizar nossas equipes para não haver impacto nos serviços e garantir a eles o direito de receber o imunizante. A UFPR disponibilizou ônibus, que seguem medidas de segurança contra à Covid-19 e saem de 30 em 30 minutos até o Parque Barigui. Já foram vacinados mais de 1.000 profissionais das áreas Covid e até sábado (30) serão cerca de 3.000 profissionais da assistências do hospital.”

Colaborou: Maria Cecília Zarpelon

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3 comentários em ““Pavilhão da cura” tem aglomeração e fecha mais cedo”

  1. Ninguém passou por cima de agendamento nenhum, foi um erro de comunicação que levou as pessoas lá, fomos informados a ir e se vacinar, quando darem a notícia, dêem correta, ninguém burlou nada, temos os comunicados dos hospitais pra ir, então, houve erro de comunicação.

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