A Capital do Paraná registrou, neste 10 de julho, a sexta morte de profissional de saúde pela covid-19. Mônica Alencar Lunardon tinha 35 anos e deixa duas filhas pequenas. Ela atuava como técnica de enfermagem, na linha de frente do combate ao coronavírus, e não resistiu após dias de internamento.
“Ela era uma pessoa batalhadora, amiga maravilhosa, super mãe, uma pessoa que levava alegria para todos a sua volta. Tinha uma alegria contagiante, sempre estava com sorriso no rosto. Extremamente brincalhona e uma cantora maravilhosa, nota dez! Ela irá fazer uma grande falta para todos. Aliás, era enfermeira, estava na linha de frente nesta batalha que todos nós infelizmente estamos enfrentando”, diz a amiga Suellen Gonçalves.
“Foi algo muito rápido, pois quando soube ela tava internada e daí já foi para UTI e do nada faleceu”, lamenta, assim como diversos outros amigos e familiares nas redes sociais. “Por favor, vocês que acham que a covid é uma gripinha, se conscientizem. Perdi minha cunhada pra essa maldita doença. Meu deus… Que desespero! Não há palavra que acalme a dor de ver alguém que amamos partir. A vida é um sopro. Aproveite cada segundo.”
A profissional é descrita como “cuidadosa, amorosa, realmente uma leoa, nunca fugiu da luta (…) Trabalhar na área da saúde sempre foi sua maior paixão”.
“Você lutando na linha de frente diante de uma doença horrível, pegou e infelizmente ela foi mais forte. O mundo perde uma mãe maravilhosa e uma pessoa iluminada. Sempre alegre, adorava enfermagem; uma profissional e mãe exemplar.”
A amiga de adolescência, Roberta Machado, conta que Mônica deixou um legado. “Ela era única. Uma pessoa sem tristeza, não tinha tempo ruim, não tinha nada de ruim. Ajudava todos, fazia todos darem risada, imitava todo mundo; por onde passava, ela marcava. E a voz? Era dona de uma voz encantadora. Uma mãe maravilhosa, orgulhosa de ser mãe, falava das filhas como um troféu, honrava sua família. Sempre foi amiga de todos. Ela foi excelente até hoje.”
Em sua rede social, Mônica diz que trabalhava no Hospital Nossa Senhora das Graças, mas a instituição confirmou que ela não atuava mais lá. O Hospital Vita, onde ela faleceu, não retornou à solicitação da reportagem.
“Para nós, profissionais de enfermagem, que atuamos na linha de frente, está cada dia mais difícil enfrentar tantas perdas. Em Curitiba, esta é a quarta morte de profissional de enfermagem devido ao coronavírus. No Paraná, as vítimas da saúde, na maior parte, são profissionais da enfermagem. Por isso, faço uma súplica a toda a sociedade e governantes, cuidem daqueles que cuidam. Cuidem também da enfermagem”, ressalta o diretor da Associação Paranaense de Enfermagem (Apenf), Anderson Bueno. “Nós nos solidarizamos com a família e os amigos da Mônica.”
Sexta morte
Mônica morava em Curitiba é a sexta profissional de saúde a falecer pela covid-19 na Capital. A primeira morte pela doença entre a categoria foi registrada no dia 26 de abril. A vítima foi a técnica de enfermagem Valdirene Aparecida Ferreira dos Santos, de 39 anos. Em 3 de maio, o médico Milton Cappina, 72, foi a óbito, assim como o também médico Caio Martins Guedes, de 33, no dia 22 de junho. Ele também não resistiu, após quase duas semanas internado.
No dia 4 de julho, o técnico de enfermagem Jair Dionízio dos Santos também morreu em decorrência do coronavírus. Ele tinha 52 anos, mesma idade do colega de profissão Adelmo Azevedo Cruz, que faleceu em 6 de julho.