A secretária de Saúde de Curitiba, Marcia Huçulak, esteve na sessão da Câmara Municipal nesta terça-feira (26). Acompanhada do diretor do Centro de Epidemiologia da pasta, Alcides Oliveira, e da Superintendente Executiva da Secretaria, Beatriz Battistella Nadas, para prestação de contas do que tem sido feito pela Secretaria durante a pandemia. Na ocasião, as autoridades deixaram claro que não há intenção de fazer testes em massa na população da capital.
A questão foi levantada pelas vereadoras Maria Letícia (PV) e professora Josete (PT), que perguntaram sobre o número de testes realizados. De acordo com Alcides Oliveira, são dois tipos de testes: o de biologia molecular – que é apenas para quem já está na fase aguda da doença – e o teste rápido. Segundo ele, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) fala nos chamados “testes em massa” não quer dizer que todos os cidadãos devam ser testados.
Alcides ressaltou que o objetivo dessa testagem é ter um melhor entendimento da dimensão do vírus e não existem indicações para que os testes sejam feitos em pacientes assintomáticos. Apesar de afirmar que não há a possibilidade da testagem em massa em Curitiba, o diretor de Epidemiologia reitera que o município faz parte do programa do governo que tem reforçado o número de testes de pessoas sintomáticas.
Até o momento, Curitiba fez 10.138 testes, com 961 casos confirmados e 38 mortes por coronavírus. A falta de testes vem sendo um problema recorrente em todo o Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, só no Paraná, na última semana, houve crescimento de 106% no número de casos confirmados. A testagem da população paranaense aumentou 17%.
Assintomáticos
De acordo com a secretária municipal de Saúde, o crescimento na cidade tem se mantido regular, com uma média de 13 casos novos de coronavírus por dia. Segundo ela, o teste rápido serve para verificar se uma pessoa está imune à doença. Caso o indivíduo não tenha tido contato com o vírus, não vai desenvolver anticorpos contra a Covid-19.
Marcia destaca que Curitiba recebeu mais de 30 mil testes rápidos recentemente, que devem reforçar o combate ao vírus. Ela explica o município não teve proliferação da doença e que por isso não faz sentido recorrer à testagem em massa.
A filosofia da Secretaria de Saúde é diferente do que é seguido por países como a China e Coreia do Sul, que costumam testar inclusive pessoas assintomáticas.
Segundo a secretária, a recomendação é de que todos os testes sejam feitos entre o quinto e o sétimo dia de incubação do coronavírus. Além disso, Marcia sustenta que testar os pacientes assintomáticos não dará segurança nenhuma para a população. “Colher de assintomáticos é a mesma coisa que jogar uma moeda pra cima. Cara e coroa, você pode colher de falso negativo como também falso positivo”, diz.