Comunidade escolar faz ato contra afastamento de diretora por baixo índice de alunos no presencial

Gestora foi afastada no dia 2 de setembro pela Secretaria de Educação do Paraná e responde a Processo Administrativo

Por volta das 10h30 desta sexta-feira (24), famílias, alunos, professores e funcionários do Colégio Brasílio Vicente de Castro se reuniram em frente à instituição para pedir a volta da diretora Katia Belasque Bauch, afastada pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte do Paraná (Seed-PR) por não cumprir com a meta de alunos no ensino presencial.

Nesta sexta, completam 21 dias da destituição da gestora. Ela é a única dos três diretores afastados que ainda não retornou à função. Segundo o APP-Sindicato, o Judiciário anulou dois dos afastamentos em duas decisões liminares distintas. O terceiro processo, de Katia, ainda aguarda o julgamento do Tribunal de Justiça.

“Da análise superficial de cognição que esta fase exige, não se vislumbra que o impetrante tenha cometido qualquer ato específico que leve a necessidade de ser afastado”, diz uma das decisões. 

“Nesse momento queremos mostrar a empatia da comunidade pelo colégio e, em especial, pela diretora Katia. São 15 anos na direção da escola. Ela iniciou como diretora auxiliar e conquistou a credibilidade e respeito das pessoas pelo seu trabalho. A comunidade escolar está indignada com tamanha arbitrariedade”, conta uma funcionária da instituição.

De acordo com uma das pedagogas da equipe do colégio que prefere não ser identificada, diversos estudantes retornaram ao ensino presencial na esperança de melhorar os índices esperados pela Seed-PR e assim, fazer com que a diretora voltasse. “Houve uma sensibilização das famílias ao retorno presencial para reverter a situação da Katia. Hoje contamos com o 4° índice no quadro de alunos presenciais entre as escolas e não houve o retorno da direção.”

Uma professora relata que a ideia para o ato surgiu dos alunos e que logo teve grande adesão da comunidade. “A importância da manifestação neste momento é não nos calarmos. É a mesma coisa de você ficar frente a algo que você considera injusto e simplesmente não fazer nada. Esse é um movimento de não ao silêncio.”

“Por mais que esse seja um momento crítico e infeliz para a escola, de se sentir agredida no seu direito democrático, é um momento que traz um certo orgulho da comunidade. Quando você percebe que uma comunidade não está alheia ao que está acontecendo no colégio, você está posicionando um ser crítico, ser político, que é uma coisa que precisamos muito hoje”, conclui a professora.

Denúncia no Ministério Público

Na última semana, o deputado estadual Requião Filho (MDB) encaminhou um pedido de providências ao Ministério Público do Paraná (MPPR) sobre o afastamento dos diretores que estavam sendo pressionados a aumentar o número de alunos no ensino presencial.

“Não se pode forçar o servidor, o diretor da escola, a obrigar o retorno presencial dessas crianças e adolescentes. Quem decide se o estudante acompanhará as aulas de forma presencial ou virtual são seus pais, não a Seed, que também não tem o direito de punir diretores por não estarem forçando seus alunos pelo retorno de maneira eficiente”, relata o deputado.

O MPPR encaminhou o documento à Promotoria de Justiça da Educação para análise e providências legais.

Leia o ofício do MPPR na íntegra

Reportagem sob orientação de João Frey

Sobre o/a autor/a

3 comentários em “Comunidade escolar faz ato contra afastamento de diretora por baixo índice de alunos no presencial”

  1. Passei a vocês material completo mostrando a fraude das eleições no Colégio Estadual do Paraná. Adulteração de cédula eletrônica, nomes de candidatos de uma chapa sendo colocado como cabeça de chapa na outra, comissões consultivas todas corrompidas e a SEED passando pano para esconder desvios milionários na reforma do CEP.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima