Casa de Passagem indígena tem indícios de infestação de ratos

Indígenas e Conselho de Direitos Humanos reclamam de condições sanitárias. FAS nega problemas

A nova sede da Casa de Passagem indígena mantida pela Prefeitura de Curitiba vem sendo alvo de denúncias sanitárias. Tanto as pessoas atendidas quanto o Conselho Permanente de Direitos Humanos (Coped) do estado afirmam que faltam condições para a permanência dos indígenas no barracão.

Segundo Marcel Jeronymo, conselheiro do Coped, nos últimos dias, após abrir um espaço que até então não estava sendo usado, foram encontrados vários vestígios da presença de ratos, como fezes de animais e inclusive um rato morto. “É uma situação grave que precisa ser enfrentada o quanto antes. Não se pode esperar que as próprias pessoas atendidas façam a limpeza, isso exige profissionais”, disse.

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A prefeitura diz que a última ação de dedetização e desratização na unidade da Rua Rockefeller, onde fica a nova casa de passagem indígena, foi maio e que a próxima será em agosto. O município afirma que, exceto por serviços como esse, de eliminação de pragas, os indígenas que usam a unidade são responsáveis pela organização e limpeza do local. A FAS é responsável por oferecer o imóvel, água, luz e e fornecer insumos para alimentação.

Esse é o resultado de um acordo feito pela prefeitura para reabrir uma casa de passagem indígena. Na atual gestão de Rafael Greca (PSD), os indígenas que vêm de outras cidades para a capital, para trabalhar ou por outros motivos, ficaram sem ter onde dormir por quase dois anos. A antiga casa de passagem fechou e os indígenas, que muitas vezes viajam a Curitiba para vender artesanato, passaram a dormir nas ruas.

Indígenas do Rio das Cobras vendem artesanato em Curitiba. Foto: Sandra Nodari.

Há cerca de seis meses, depois de muita pressão da sociedade civil, a prefeitura cedeu e usou um antigo barracão na Rockfeller para atender os indígenas. No momento, cerca de 60 pessoas dormem no local, segundo a FAS.

No entanto, nem todos os serviços necessários estariam sendo prestados, segundo o Coped. “O atendimento de saúde por exemplo é precário, feito pelo consultório de rua”, diz Marcel Jeronymo. De acordo com ele, a presença do atendimento médico é ocasional e nem sempre há médicos à disposição quando necessário. “Tem sido comuns indígenas carregando crianças doentes no colo, a pé, até o Pequeno Príncipe”, diz ele.

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Além disso, os indígenas dizem viver receosos com o possível fim do atendimento no atual endereço, já que não há segurança jurídica na situação. Recentemente, um boato disse que o local teria contrato até julho deste ano. A FAS nega, diz que não há previsão de fechamento da unidade e afirma que o atual contrato vai até julho de 2023.


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1 comentário em “Casa de Passagem indígena tem indícios de infestação de ratos”

  1. Qual e a diferença entre os índios e a população comum? Porque nós podemos procurar auxílio médico nas upas e ubs e eles não?!

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