Bolsonaro tem cheiro de morte

O último Corinthians e Palmeiras foi decidido no par ou ímpar, com o jogador que sobrou de cada lado

Depois de seis meses, ele ligou a tv no noticiário. E não se assustou: o número de mortos no Brasil segue a média nesta sétima onda da pandemia. 110 milhões de vidas perdidas, 160 milhões de casos. Segue a regra internacional: a terra redonda, tá esvaziando, metade da população já foi pra fita. Números são chatos, né?

Morre tanta gente que o último Corinthians e Palmeiras foi decidido no par ou ímpar, com o jogador que sobrou de cada lado. Aliás, as prefeituras estão transformando estádio de futebol em cemitério, tem bastante área pra enterrados e pra rezadores e carpideiras, aquele povo do mimimi, os maricas; arquibancadas cheias – mas sem aglomereixon.

Nos hospitais, quem recebe novos pacientes são os pacientes mais antigos: o vírus acabou com todos os profissionais da saúde. Os pacientes mais antigos, por vezes, recebem ajuda de dentistas, veterinários e açougueiros voluntários.

O vírus mudou muito das primeiras ondas pra cá. Agora, eles são do tamanho de uma joaninha, com muito mais pernas que a joaninha. E tem autonomia: ele pula de uma pessoa pra outra. E o que é pior. Mata em 12 horas, porque com tantas pernas ele cava rapidinho um lugar ao corpo da próxima vítima.. Isso mexeu muito com os hábitos das pessoas. Tudo o que elas fazem é seguido de uma despedida.  O pintor que terminou de pintar a parede, diz em tom grave: ”esta pode ter sido minha última parede”. A moça que trabalha no frigorífico, decreta: “esta pode ter sido a minha última linguiça”. A situação é a mesma no mundo, até a OMS fechou as portas por falta de quadros.

O Brasil é considerado responsável por este estado. Os cientistas que sobraram dizem que a falta de atitude do pais no começo de 2021, deixou a situação fora de controle, ambiente propício para o desenvolvimento do vírus – o que fizemos com excelência. Aqui, um parênteses: os políticos, quase todos dizimados, diziam que a culpa era toda de um cara só. Que injustiça – ele só sabotou a compra de vacinas, incentivou aglomereixons Brasil afora, e só não usou a máscara como guardanapo porque não tem o hábito de limpar a boca, nem de lavar as mãos. mas… todos os homens em cargos públicos são culpados por terem ignorado, severamente, as aglomereixons dentro do transporte público.

De tarde, prefeitos e governadores alertavam pras pessoas ficarem em casa – amarga  hipocrisia; de manhãzinha e de tardezinha, quando os ônibus andavam lotados como o vírus gosta, eles tomavam leite condensado, que mania estranha.

Hoje, finalmente, o problema tá resolvido: os passageiros minguaram, os motoristas de ônibus também. Distribuídas as responsabilidades, voltamos ao acusado número um, o mordomo. A ele está destinada missão especial. Ele e todos os seus zeros serão os últimos do Brasil. E vão formar um pelotão de fuzilamento pra aniquilar os sobreviventes finais – pra que vocês acham que foi assinado o decreto que permitiu a qualquer civil ter um moderno arsenal em casa???? Aí, o Brasil redondo será todo deles, cheio de mansões com rachadinhas, rachaduras e rachamoles. No último levantamento, eles já tinham comprado 89 mansões.

Saia de casa, apague a luz e fecha a porta.

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