Após presidente do TJ dizer que não é o momento para reintegração de posse, famílias são despejadas em Pontal

Oitenta famílias foram retiradas de uma área em Pontal do Paraná nesta quinta-feira

A Polícia Militar (PM) cumpriu, na manhã desta quinta-feira (14), reintegração de posse em Pontal do Paraná, no litoral, na área conhecida como “Prainha”, que pertence ao município e a um proprietário particular. O Movimento Popular por Moradia (MPM) afirma que não foram cumpridas as regras estabelecidas por lei para o despejo dos moradores.

No Paraná, de acordo com o MPM, a estimativa é de que haja déficit de 300 mil moradias. O movimento tem ao menos dez ocupações no Estado e uma delas era a da Prainha.

A reintegração de posse foi assinada pela juíza Cristiane Dias Bonfim Godinho e ocorreu dias após o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen, afirmou que não era o momento para despejos por conta do Natal e que era preciso “resolver os conflitos com respeito à dignidade humana”.

A declaração foi feita durante reunião ocorrida na segunda-feira (12) com a presença de parlamentares e representantes do MPM.

Desespero

A ocupação da Prainha surgiu em 2020, durante a pandemia, e é composta por trabalhadores que não conseguiram pagar os custos de moradia no período mais agudo da Covid-19.

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Durante esta manhã as famílias se reuniram e rezaram a oração do Pai Nosso enquanto os objetos eram retirados.

O MPM afirma que a reintegração de posse foi cumprida sem que as exigências para retirada fossem respeitadas: como o acompanhamento da Comissão de Conflitos Fundiários e apresentação de plano de realocação.

O documento que autorizou a reintegração, contudo, determinava que a retirada acontecesse com a presença de assistentes sociais e tivesse assistência à saúde dos desalojados.

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