A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Curitiba (Comtiba), Cristiane Faria Honório, será convocada para prestar esclarecimentos na Câmara de Vereadores de Curitiba sobre o processo eleitoral para o Conselho Tutelar, cuja eleição acontece no dia 1º de outubro. A convocação acontece depois que vereadores da bancada evangélica afirmarem que candidatos cristãos estão sendo prejudicados no processo.
Ainda não há data para que ela vá ao plenário, mas a convocação, protocolada pelos vereadores Ezequias Barros (PMB), em coautoria com Alexandre Leprevost (Solidariedade), Indiara Barbosa (Novo) e Sidnei Toaldo (Patriota) foi endossada pelos pares e aprovada na sessão desta segunda-feira (18).
Entre outros questionamentos, os vereadores querem entender o porquê de as regras de propaganda eleitoral para os candidatos ao Conselho Tutelar divergirem das demais eleições ordinárias.
Em princípio os vereadores fariam um convite ao Comtiba, mas durante a sessão membros da base do governo apontaram que ele não seria aceito. A convocação tem caráter obrigatório e a oitiva deve ocorrer logo já a data de votação está próxima.
Irregularidades
No início do mês o Comtiba arquivou a denúncia contra o Grupo Dignidade e outras entidades LGBTQIA+ por propaganda eleitoral irregular. Neste caso, o Dignidade não colocou uma orientação de voto em um candidato específico em suas redes sociais, mas alerto para a importância da participação dos eleitores no pleito.
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Já no caso do Instituto Luzeiro, organização cristã, cuja denúncia também foi arquivada, a postagem nos perfis oficiais indicava candidatos conservadores aos eleitores. Nesta situação houve aplicação de multa, o que desagradou os vereadores conservadores.
Dois pesos, duas medidas
Durante a sessão em que foi aprovada a convocação para o Comtiba vereadores lembraram também do caso da presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Maria Alice Erthal, que sugeriu que a Guarda Municipal de Curitiba intimidasse pessoas em situação de rua.
Vereadores da oposição chegaram a redigir uma convocação para que ela se explicasse, mas sem apoio da base de Rafael Greca (PSD) a proposição seria rejeitada em plenário, o que livrou Erthal de dar explicações.