Sindicatos preparam greve para pressionar Ratinho nas próximas semanas

Governo e funcionalismo não chegam a acordo, e paralisação pode estar próxima

Decepcionados com o fracasso das negociações para reposição das perdas com a inflação, vários sindicatos do funcionalismo paranaense estão decretando estado de greve nos últimos dias – último passo antes de ter início uma paralisação das atividades. Nos próximos dias, os sindicatos devem conversar com suas bases para confirmar se entram mesmo em greve.

A paralisação seria um protesto contra o governo de Ratinho Jr. (PSD), que até agora não acenou nem mesmo com a reposição das perdas nos últimos 12 meses, de 4,94%. Os servidores amargam perdas de 17% desde 2016, quando o governo, ainda na gestão de Beto Richa (PSDB), deu a reposição da inflação pela última vez.

A data-base do funcionalismo ocorre em 1º de maio. Antes disso, o governo, que assumiu em janeiro, já vinha dando indícios de que não ofereceria reajuste aos servidores, alegando falta de caixa e também problemas com a Lei de Responsabilidade Fiscal. A ideia era continuar com a mesma política dos últimos anos, nas gestões de Richa e Cida Borghetti (PP0, de destinar possíveis sobras de caixa para investimentos.

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No último momento, por intercessão do líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Hussein Bakri (PSD), formou-se uma comissão para debater a situação com o funcionalismo. No total, governo e sindicato fizeram sete reuniões. O governo saiu convencido de que não tem como dar reajuste. Os funcionários saíram convencidos de que o reajuste é possível.

Nesta quarta-feira, o Fórum das Entidades Sindicais deve ter uma reunião com Hussein Bakri para encerrar a fase de negociações e dizer que não faz mais sentido continuar discutindo números. “Não vamos continuar falando com técnicos sobre uma situação que os técnicos não têm como mudar”, diz Marlei Fernandes, coordenadora do Fórum. “Agora o que falta é uma decisão política do governador Ratinho Jr.”, diz ela.

Estado de greve

A APP-Sindicato, que representa professores e funcionários da rede estadual de ensino, a maior categoria do funcionalismo, já fala em greve – são 100 mil servidores espalhados pelo estado e que são responsáveis por um dos serviços públicos mais caros à população, a educação.

“A situação é difícil. Tivemos a negociação, mas precisamos de uma definição do governo”, diz Hermes Leão, presidente da APP. O sindicato, assim como outras entidades sindicais importantes, já entrou em estado de greve. Na mesma categoria estão, entre outros o Sindarspen (agentes penitenciários), o Sindiseab (abastecimento), e sindicatos de professores das universidades estaduais, como UEL e UEM.

“Tivemos toda a paciência, mas os servidores já acumularam perdas demais”, diz Marlei. “Não temos como passar mais um ano sem pelo menos repor a inflação. São pessoas com salários baixos, muitas vezes”, afirma a professora.

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