Servidores do DER são presos por suspeita de corrupção

Contrato teria causado um prejuízo de R$ 4,2 milhões devido à má qualidade do pavimento aplicado

O Ministério Publico cumpriu nesta quarta feira (27) dois mandados de prisão preventiva por corrupção contra servidores do DER no âmbito da operação Fora de Área. De acordo com a nota divulgada pelo MP, a investigação apontou um possível esquema de corrupção que envolve uma empresa contratada pela autoridade que administra as rodovias no Paraná e dois servidores públicos deste departamento.

Foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e 19 mandados de busca e apreensão, inclusive em dois escritórios do DER em Guarapuava e um em Ponta Grossa.

O esquema

De acordo com os indícios encontrados na investigação, uma empresa contratada pelo DER realizou de forma incompleta os serviços de roçada nas rodovias do Paraná. Nem o DER nem a empresa responsável pela fiscalização das obras haviam percebido essas irregularidades. Segundo as suspeitas dos procuradores do MP, a relação entre os dois funcionários da autarquia estadual e a empresa contratada surgiu a partir dos primeiros contratos firmados em 2012.

Naquela época o diretor do DER era Nelson Leal Junior, alvo em 2018 da Operação Lava Jato, por suspeita de irregularidade na gestão das concessões das rodovias federais do Paraná.

De acordo com as apurações realizadas pelo Tribunal das Contas do Estado do Paraná, o contrato que o DER firmou com essa empresa em abril de 2018 (relacionado à duplicação da PR 466 de Guarapuava) teria causado um prejuízo de R$ 4,246 milhões devido à má qualidade do pavimento aplicado. De fato, os próprios conselheiros do TCE afirmaram que o DER deveria ter rescindido o contrato justamente pela baixa qualidade do trabalho realizado.

Parte desse dinheiro iria tanto para os dois funcionários do DER quanto para um grupo empresarial sediado em Guarapuava, Francisco Beltrão, Cascavel e também no Paraguai.

Segundo as acusações, foram repassados ​​R$ 1.145 (entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018) da empresa contratada pelo DER para uma empresa de fachada, de propriedade do marido de uma servidora da autarquia. Um dos dois funcionários do DER não só teria recebido parte dessa propina mas também um carro e o pagamento das despesas pessoais em um supermercado de Guarapuava.

Os crimes investigados são corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.

“A operação Fora de Área foi batizada com este nome porque se identificou que os fiscais do DER estavam sempre fora da área da fiscalização embora recebessem diárias para as viagens até as rodovias que deveriam fiscalizar”, explicou a promotora de Justiça Leandra Flores.

Do outro lado: a nota do DER

O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) informa que o espaço de trabalho de dois servidores em suas regionais de Ponta Grossa e Guarapuava foram objeto de mandado de busca e apreensão nesta quarta-feira (27), relativo a investigação do MPPR.

O DER/PR não compactua com qualquer conduta ilícita e está colaborando com as autoridades competentes visando o esclarecimento de todos os fatos, respeitando o contraditório e ampla defesa. O DER/PR irá tomar todas as medidas necessárias caso fique demonstrado qualquer ilicitude ou desvio de conduta por parte dos investigados.

Esclarece que foi informado sobre a investigação pela imprensa e não teve acesso ao processo em andamento, além de reiterar ainda que os contratos investigados, de acordo com divulgação do MPPR, têm origem em gestões anteriores.

Sobre o/a autor/a

2 comentários em “Servidores do DER são presos por suspeita de corrupção”

  1. O grupo empresarial em questão possui laços íntimos com Rossoni, Traiano, Plauto, Pepe Richa e Beto Richa. Evidentemente ninguém, nenhum repórter, se prontificou a ir atrás, ir a fundo nas relações da Dalba Holding / Dalba Engenharia e politicos.

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