Até o momento os candidatos e candidatas do Paraná nas eleições de 2022 receberam 88% da maior receita declarada numa eleição do gênero nos últimos 12 anos. São R$ 257 milhões, um valor 30% superior aos R$ 197 milhões de receita declarados em 2018. O percentual de recursos públicos utilizados na disputa também aumentou de 65% em 2018 para 80% (R$ 207 milhões).
Os dados são parciais porque a prestação de contas final das candidaturas só é entregue após o dia da eleição, o que significa que ainda há chance do total de receitas ultrapassar os R$ 291 milhões de receita declarados pelos candidatos em 2014.
Dos R$ 257 milhões recebidos pelos candidatos até o momento, a maior parte (58%) foi para candidatos as 30 vagas do Paraná na Câmara Federal. Outros 29% foram para a disputa pelas 54 vagas da Assembleia Legislativa, 6% para a disputa pelo governo do estado e 7% para a campanha pelo Senado.
A distribuição de tanto dinheiro (o equivalente a R$ 5,7 milhões por dia de campanha), porém, é bastante concentrada. Cerca de 5% dos candidatos ao parlamento ficaram com metade dos R$ 224 milhões destinados a eleição para o legislativo. Isso representa uma média de R$ 1,5 milhão por candidato, mais de 10 vezes a média de receita de todos os candidatos, que está em R$ 146 mil.
Além disso, 15% dos candidatos não declarou receita nenhuma até o momento, o que pode indicar que não estão participando da campanha.
Disputa pela Câmara Federal
Destino da maior parte dos recursos, a disputa pelos 30 assentos do Paraná na Câmara de Deputados tem 30 candidatos que dominam até o momento 45% das receitas. Desses, 8 são do PSD, entre eles a campeã de recursos, a candidata a deputada federal Luísa Canziani, que tem em caixa R$ 3,2 milhões. Outros quatro são da Federação PT/PV e PC do B, líderados pela deputada federal candidata a reeleição, Gleisi Hoffmann (PT).
Dos 30, apenas 8 não são candidatos a reeleição, como é o caso do ex-governador, Beto Richa (PSDB), do ex-procurador federal Deltan Dallagnol (PODE), o empresário Newton Bonin (União) e do ex-secretário estadual de saúde, Beto Preto (PSD).
Disputa para deputado estadual
Os 54 candidatos com mais recursos na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa do Paraná tem, em média, R$ 638 mil ou R$ 7 reais para cada um dos 90 mil votos necessários para eleger um deputado. Isso representa 45% dos R$ 75 milhões disponíveis até o momento para a campanha dos candidatos a deputado estadual.
Dos 54 candidatos com mais recursos, 25 são candidatos a reeleição, inclusive Marcio Nunes (PSD), deputado estadual que foi secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo no governo de Ratinho Junior (PSD), que tem o total de R$ 1,3 milhão. Entre estes 54, apenas 3 são de oposição ao governo de Ratinho Junior: a deputada estadual Luciana Rafagnin (PT), a vereadora de Curitiba Maria Letícia (PV) e a líder estudantil Ana Júlia (PT).
Na base de apoio de Ratinho Junior, cuja reeleição é data como certa nas pesquisas de intenção de voto, além dos deputados candidatos a reeleição estão a ex-secretária de saúde de Curitiba, Marcia Huçulak, a vereadora por Curitiba Flavia Francischini (União) e a jornalista Mira Graçano (Republicanos).
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