Na tarde desta sexta-feira (15) a vereadora Maria Leticia (PV) prestou depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Curitiba no processo que pode levar à cassação do mandato. Ela negou que tenha consumido bebidas alcoólicas no dia do acidente.
Acompanhada do advogado Guilherme Gonçalves a parlamentar respondeu aos questionamentos dos colegas. Após o depoimento no Conselho, Maria Leticia deixou a Câmara e foi ouvida pelo Judiciário.
A parlamentar foi questionada se tinha condições de dirigir no dia do acidente e se consumiu bebidas alcoólicas já que consta no boletim de ocorrência que ela apresentava “sinais de embriaguez”.
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Maria Leticia disse que não consumiu álcool. Também disse que está em tratamento com uso de medicamentos à base de canabidiol e que por essa razão se negou a fazer o exame toxicológico oferecido na delegacia para evitar prejulgamentos de que consome maconha de forma recreativa já que no exame não há diferenciação do tipo de ingestão.
“Eu não quis fazer o exame toxicológico porque já fui julgada e condenada pela suposta possibilidade de estar alcoolizada. Imagina os senhores se eu tivesse realizado um toxicológico e lá aparecesse traços de THC?”, disse.
A parlamentar confirmou que chutou a viatura quando estava no camburão e que disse que os policiais eram covardes, mas negou que tenha dito que era vereadora ou que tenha ofendido os PMs que atenderam a ocorrência.
Esta foi a primeira vez que a vereadora falou sobre o acidente e a pedido da própria defesa, diferente do que aconteceu com outras pessoas ouvidas no processo ético-disciplinar, o depoimento dela foi transmitido pelo Youtube.
Acidente
No dia do acidente a parlamentar saiu do show da cantora Ludmilla, no dia 25 de novembro de 2023, e colidiu o carro em que estava contra um veículo estacionado na rua Augusto Stellfeld. De acordo com o depoimento de hoje o automóvel estava estacionado fora vaga.
Segundo o boletim de ocorrência do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTRan) após o choque a vereadora tentou fugir do local. Durante a oitiva desta sexta-feira ela negou que isso tenha ocorrido e disse que estava sem a chave do carro e por essa razão não poderia fugir.
PED
Além da vereadora, foram ouvidas outras testemunhas durante a reunião desta tarde, que encerrou a fase de instrução. A partir de segunda-feira (18) a defesa pode apresentar as alegações finais no prazo de dez dias.
Depois disso o relator do PED, vereador Professor Euler (MDB) elaborará o parecer sugerindo o arquivamento – e nesta hipótese o encerramento do processo; ou prosseguimento.
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Se o relatório apontar o prosseguimento o relator também já sugere a pena – que vai de suspensão de prerrogativas até a cassação. Se aprovado, o caso vai ao plenário para ser votado por todos os vereadores, assim como aconteceu no caso do ex-vereador Renato Freitas (PT).
“Não dá para adiantar absolutamente nada acerca do relatório (…) Vou assistir tudo de novo exaustivamente para não ter nenhuma dúvida e só depois disso eu terei um juízo de valor”, disse professor Euler.
Sobre o/a autor/a
Engraçado. Ela está sendo pré-julgada, tendo de se explicar e, enquanto isso, o Adhemar Traiano, que afirmou ter pedido propina está desfilando livre, leve e solto pela cidade. Impressão minha, ou, se fosse um homem no lugar dela, não estaria acontecendo absolutamente nada?