Bancada da Lava Jato também terá representante na Assembleia

Com Dallagnol como cabo eleitoral, Fábio Oliveira se elege como deputado estadual no Paraná

Além de se eleger para a Câmara dos Deputados, o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos) conseguiu levar seu correligionário Fábio Oliveira para a Assembleia Legislativa. Nascido em Guarapuava (PR), o engenheiro de 49 anos recebeu 34.640 votos. 

Oliveira e Dallagnol se aproximaram em 2014, quando o engenheiro civil participou da coleta de mais de dois milhões de assinaturas para a aprovação do projeto Dez Medidas contra a Corrupção, reunidas durante um ano e meio. Inicialmente, a iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) era estimular a aprovação de um projeto de lei com 10 medidas contra a corrupção no Brasil, como a criminalização do enriquecimento ilegal de agentes públicos, prisão preventiva para assegurar a devolução do dinheiro desviado e aumento das penas para a corrupção. 

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Porém, em 30 de novembro de 2015, a Câmara dos Deputados manteve apenas quatro medidas no texto-base do PL, e com alterações. Por isso, Fábio e Deltan lançaram, neste ano, o projeto 200+, solicitando a renovação de mais de 200 novos deputados e senadores como resposta às mudanças realizadas pela Câmara no projeto das dez medidas contra a corrupção. 

O discurso de Fábio como candidato dizia que ele representa os brasileiros que estão “inconformados com o resultado que estão recebendo dos governantes”. O engenheiro civil é presbiteriano desde a infância e, além de contar com o apoio de Deltan, também foi um dos candidatos da igreja Batista de Curitiba. 

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Segundo Oliveira, as dez medidas contra a corrupção foram “jogadas no lixo” em 2016. “Entendemos que não adianta pegar uma coisa muito boa e colocar para um grupo de pessoas mal intencionadas”, afirmou o deputado estadual eleito, referindo-se criticamente às mudanças realizadas pelos deputados no texto-base do PL. Além disso, Oliveira relembrou que a votação ocorreu no mesmo dia do acidente do avião do time da Chapecoense, em 2016, sugerindo que os deputados “se aproveitaram” do desvio de atenção criado pelo acidente para aprovar um novo texto.

Em 2018, Oliveira recusou a oferta de diversos partidos para se candidatar como deputado federal. Em 2020, recebeu três convites para se candidatar a vereador ou vice-prefeito em Curitiba, mas também declinou das propostas. Oliveira decidiu se candidatar apenas neste ano, a pedido de Dallagnol. “Foi um período de três meses de muita oração, pensamento, avaliação e conversa em casa, até entender que o propósito para esse momento da vida seria disponibilizando meu nome para sair como pré-candidato a deputado estadual”, afirma.

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Fábio e Deltan se elegeram em uma “dobradinha eleitoral”, com o compromisso de defender três propostas principais: a redução do fundo eleitoral, o combate à corrupção através do fim do foro por prerrogativa de função e da efetivação da prisão em segunda instância, e a capacitação política para exercer um cargo público. 

Como candidato eleito, Fábio pretende implementar o projeto 20+, que consiste em uma versão a nível estadual da iniciativa 200+, pensada para renovar o Congresso Estadual. “Nas eleições de 2018, por exemplo, tivemos 87% de novos deputados e senadores; na Câmara dos Deputados 47% de novos deputados federais e na Alep 44% de novos deputados estaduais. Mas pergunto, quais foram os resultados que a sociedade recebeu em relação a essas pautas de combate à corrupção e melhoria de vida das pessoas? Assim, não entendo que tenha sido uma renovação, mas uma troca”, criticou Oliveira.

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