Deputado Gilberto Ribeiro vira réu por rachadinha

Parlamentar do partido de Jair Bolsonaro nega acusações feitas pela Promotoria

O Tribunal de Justiça do Paraná aceitou a denúncia contra o deputado Gilberto Ribeiro (PL), que nesta segunda-feira (23) virou réu pelos crimes de peculato, apropriação de recursos públicos e concussão. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público duas semanas atrás e investigava um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa através da contratação de funcionários fantasmas.

De acordo com as acusações, o deputado teria mantido vários colaboradores no seu gabinete com o objetivo de desviar parte do seus salários. Os fatos teriam sido cometidos após a campanha eleitoral de 2010, quando Gilberto Ribeiro foi eleito pela primeira vez deputado estadual, na época pelo PP. Seriam oito os casos suspeitos de funcionários contratados que teriam repassado parte do seu salário para o deputado.

Os procuradores opinaram que o então candidato teria prometido contratar na Assembleia alguns integrantes da sua equipe “sem a necessidade de que efetivamente prestassem os serviços inerentes aos cargos ou para que os prestassem de forma apenas simulada e ocasional”. Por outro lado, de acordo com o MP, estas pessoas foram obrigadas a devolver parte da retribuição ao deputado, que nega esta circunstância apesar de ter confirmado em uma entrevista a RPC ter efetivamente contratado pessoas “que trabalharam comigo na campanha”. 

O deputado disse ter sido alvo de denuncias infundadas por parte de servidores demitidos do gabinete e justificou que os R$ 44 mil repassados aos filhos faziam parte de uma contratação para um carro. “Meu filho comprou uma caminhonete e essa caminhonete não veio. O dono de uma autoescola, amigo nosso fez a compra porque era mais em conta, mais barato, só que não veio. Daí eles devolveram o dinheiro na minha conta, só que o dinheiro não era meu”, explicou o deputado à RPC. Para sustentar a sua afirmação, o deputado publicou em sua rede social o contrato de compra e venda do carro, acrescentando que estaria disposto a “colaborar plenamente com as investigações em curso”.

De acordo com a versão do MP, em 2013 o deputado teria recebido um depósito de R$ 44 mil por parte da esposa de um suposto funcionário fantasma e logo depois repassou R$ 22 mil para cada um dos seus dois filhos. Os procuradores consideram que esta seria uma das provas do sistema de rachadinha praticado no gabinete do deputado.

Por conta do foro privilegiado reconhecido aos parlamentares, o processo agora está em tramitação no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

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1 comentário em “Deputado Gilberto Ribeiro vira réu por rachadinha”

  1. “Meu filho comprou uma caminhonete e essa caminhonete não veio. O dono de uma autoescola, amigo nosso fez a compra porque era mais em conta, mais barato, só que não veio. Daí eles devolveram o dinheiro na minha conta, só que o dinheiro não era meu”
    O cara se “defende” argumentando que fez uma simulação pra pagar menos imposto na compra de carro.
    Nosso sistema judicial é uma comédia.

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