A Câmara de Curitiba deverá discutir a possibilidade de reservar 20% das vagas de todos os concursos públicos da cidade para negros e indígenas. O projeto de lei foi protocolado por Carol Dartora (PT), primeira vereadora negra da história da cidade.
Na justificativa do projeto, a vereadora aponta que 19,7% da população da cidade se autodeclara negra, de acordo com o IBGE. Somando-se a população indígena, o número passa de 21%, o que explica o porcentual escolhido para a reserva de vagas.
De acordo com a proposta, o próprio candidato faz a autodeclaração na hora em que se inscreve. Se ficar constatado que na verdade o candidato não é negro ou indígena, será eliminado da seleção.
Nos concursos federais, já existe uma reserva de vagas desse tipo desde 2014.
Como x% se auto-declara branco, y% se auto-declara amarelo, z% se auto-declara azul, se deveria reservar quotas para eles também, Nesses tempos de politicamente correto, meu comentário parecerá racista, mas sou anti-racista e de esquerda. Acontece que mudanças estruturais se farão pela luta contra as estruturas que desigualam e pelo empoderamento das minorias: melhor educação, por exemplo. Que tal, a cada Concurso Público, provermos cursinhos especiais dedicados exclusivamente aos egressos de escolas públicas, independentemente de cor?
E por que não as duas coisas, até que se “tire o atraso”?
É esse o princípio que rege, por exemplo, a defesa de cotas para mulheres em cargos de chefia.
Uma coisa não anula a outra. E as duas podem andar (até que seja necessário) lado a lado.