Yada Yada Yada mostra que Curitiba também gosta de conviver ao ar livre

Bar com nome inspirado num episódio de "Seinfeld" vira ponto de encontro na divisa das Mercês com o Batel

Que fazer numa cidade sem praia e carente de opções a céu aberto?  Ao lado da praça 29 de Março, na esquina da Desembargador Motta com a Fernando Moreira, o bar Yada Yada Yada mostra que curitibanas e curitibanos pode se sentar em cadeiras de praia espalhadas pela calçada e bater um papo com os amigos.  

Quem passa pelo lugar, talvez se surpreenda com o movimento. O Yada é uma referência entre jovens de 25 a 35 anos. Às sextas e sábados, mais de 300 pessoas se encontram em frente e ao redor do bar.

Para a proprietária Alyssa Aquino, o sucesso se explica pelo fato de o bar ter conquistado o público aos poucos. “O Yada foi virando o que é naturalmente, se moldando na gente, nos clientes e amigos”, diz Alyssa. “E isso é especial.” Em uma região tranquila e sem muitos bares, ao lado de uma praça bastante frequentada para lazer, o bar é único. Não é apenas um bar de calçada, onde o público bebe, come e conversa de pé. O Yada tem um clima próprio. Um clima que, antes, talvez, não existisse em Curitiba.

Yada Yada Yada

O Yada nasceu de uma confluência de ideias em 2018. Desde a adolescência, Alyssa fazia taxa em bares e trabalhava no comércio da família, o Raridade Discos. Assim aprendeu o que precisava para abrir o próprio negócio.

Um dia, passando pela frente do imóvel que abrigaria o Yada, sentiu que ele era único. “A calçada, a portinha discreta que é recheada de coisas… era essa a ideia”, diz. O nome veio de um episódio da série “Seinfeld”. “Desde a primeira vez que eu vi [a série], decidi que seria esse o nome do meu bar”, diz Alyssa. Yada yada yada, em inglês, é uma expressão que funciona como o blá-blá-blá do brasileiro.

Importada

A ideia das cadeiras de praia veio da irmã Daphne Aquino, após uma viagem para o Uruguai e a Argentina. “A gente sempre gostou desse costume de pôr cadeiras na calçada em frente de casa, como meus tios faziam em Araraquara”, diz Alyssa. “Quando ela [Daphne] deu a ideia, fez todo sentido. É só isso que eu penso quando quero sossego: me sentar numa cadeira confortável e tomar uma bebida gostosa.”

Clientela

Até no inverno, a comunidade do Yada ocupa a calçada em busca desse sossego. Alyssa explica que, quando começa o frio, o movimento cai bastante. Mas, assim que os curitibanos se acostumam com as temperaturas mais baixas, tudo volta ao normal.

O cardápio muda para acompanhar a estação. E o bar passa a vender quentão de jambu, quentão de cachaça e o famoso “crentão”, o quentão sem álcool. “No último inverno que abrimos, antes da pandemia, a gente via os clientes na calçada num frio de 2ºC e não acreditava”, diz Alyssa.

Apesar de estar numa esquina entre ruas movimentadas, o clima é de tranquilidade. Parece que basta se acomodar numa cadeira de praia para ser transportada a um entardecer no litoral. Às vezes, o barulho dos carros e dos biarticulados estremece a vizinhança, mas nada que atrapalhe a conversa. 

“É um bar legal porque tem um clima agradável, tem essa pira das cadeirinhas de praia que tem uma vibe meio praiana em Curitiba, coisa que a gente não tem”, diz o tatuador Gabriel Vesúvio, de 26 anos. “E a cerveja é acessível. A galera que vem aqui é gente boa, tem uma conexão de ideias que faz sentido. É um ambiente agradável e fácil de acessar.” 

No fim de semana, o lugar chega a atrair centenas de pessoas. (Foto: Rafaela Moura/Plural)

Segurança

Bem iluminado, aberto e com um público tranquilo, o local dá a sensação de segurança. Pode-se dizer que o bar é uma extensão da praça 29 de Março, ou vice-versa. É um bom ponto para parar depois dos exercícios, do rolê de skate ou do passeio com o cachorro, como fez Luiza Mendonça, de 36 anos.

“Eu conheci o Yada quando vim passear com o cachorro na praça”, diz Luiza. “Acho muito legal as pessoas ocuparem o espaço público, é bem importante para a segurança e para o relacionamento da comunidade.” Luiza diz ainda que uma vantagem do Yada é não ser uma “balada na rua”. É mais um local de convivência.

Comes e bebes

O cardápio varia de acordo com os dias, mas Alyssa sempre vende lanches para comer com a mão – como espetinho de queijo coalho, quibe vegano com ragu de cogumelos e pão com bolinho (receita da mãe de Alyssa e Daphne). 

As opções de drinques alcoólicos são muitas e baratas, com valores entre R$8 e R$20. Doses, a partir de R$3. Quem não bebe álcool tem opção de limonada rosa e chá batido com limão, além de suco integral e refrigerante. 

Quase sempre abre, mas às vezes não

Como depende da calçada, o Yada não abre quando chove na hora do expediente. É bom ficar atento às redes sociais do bar. Se não houver chuva, o bar está de portas abertas de quarta à domingo.  Às vezes, segunda e terça-feira também.

Bar

Yada Yada Yada (Rua Desembargador Motta, 3.060). Quartas e quintas-feiras, das 18h às 23h; sextas, das 18h às 0h; sábados, das 17h às 0h; e domingo, das 16h às 22h.

Sobre o/a autor/a

1 comentário em “Yada Yada Yada mostra que Curitiba também gosta de conviver ao ar livre”

  1. Péssima a frase “referencia entre jovens de 25 a 35 anos”. Tenho 44 e meus amigos entre 40 e 50. Amamos bares ao ar livre. Frequentamos ao menos duas vezes na semana. Mas neste, foi limitado por faixa etaria. Da medi de ir e ser jovem demais

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