Cantora, atriz, mulher, mãe, esposa, estrela: a americana Judy Garland, nascida Frances Ethel Gumm, tem seus meses finais de vida destrinchados no filme “Judy: muito além do arco-íris”. Judy ficou famosa por seu trabalho em “O mágico de Oz”, grande sucesso em 1939, produzido pela Metro-Goldwyn-Mayer. Sua carreira artística, no entanto, já havia começado muito antes – em 1924 –, com pouco mais de dois anos de idade.
O drama, dirigido por Rupert Goold – adaptado da peça “End of the Rainbow” –, mostra Garland, uma das principais estrelas da “Era de Ouro” de Hollywood, durante uma temporada em Londres, em 1968. O dia a dia das apresentações musicais da cantora, bem como as consequências dos abusos pelos quais passou ao longo de sua carreira, e sua conturbada vida pessoal, se mesclam aos acontecimentos da infância roubada de Judy.
Ao entrelaçar a vida adulta da artista aos acontecimentos de sua infância e adolescência, o roteiro de “Judy” costura uma intricada colcha de retalhos: o abuso de drogas, decorrente do uso de anfetaminas que o estúdio lhe dava para controlar seu peso; a luta com a depressão, buscando desesperadamente se encaixar no mundo; o amor pelo palco e pelo público, mesclado ao pavor do fracasso; o amor aos filhos, em especial diante da incapacidade financeira de dar a eles o que precisavam. O resultado não poderia ser mais humano – diverso em suas muitas facetas.
Uma quase irreconhecível Renée Zellweger é quem dá vida aos dilemas, e às lutas, de Judy Garland. Com uma atuação comovente, cheia de pequenos trejeitos e sutilezas impressionantes, não foi à toa que Zellweger arrematou o Globo de Ouro na categoria de melhor atriz em filme de drama. A cereja do bolo fica por conta do desempenho vocal da atriz, que realmente cantou as músicas interpretadas por Garland.
O que se vê é uma mulher cheia de talentos, responsabilidades, medos, inseguranças, traumas e desejos, lutando para – como já diria a letra da canção eternizada na voz de Judy – chegar a algum lugar muito além do arco-íris, onde os sonhos se tornam realidade.
Serviço
“Judy” estreia nesta quinta-feira (30). O drama tem classificação indicativa de 14 anos. Em Curitiba, ele será exibido no Cine Passeio, nas salas dos Cinemarks Barigui e Mueller; no Cinépolis Batel; no Cinesystem Shopping Curitiba; no Espaço Itaú de Cinema, no UCI Palladium e no Cineplex Novo Batel.