MUBI exibe mostra com oito suspenses do cineasta francês Claude Chabrol

Cineasta fez muitos suspenses, alguns deles inusitados, como se contasse uma história aterrorizante com um sorriso no rosto

Neste mês, por causa do Halloween, a MUBI fez uma seleção de suspenses dirigidos por Claude Chabrol, vários deles estrelados pela atriz Isabelle Huppert. Ao todo, são oito filmes reunidos na mostra Claude Chabrol: Uma Nova Onda de Suspense.

Claude Chabrol (1930–2010) admirava demais Alfred Hitchcock. Quando trabalhava de crítico na revista “Cahiers du Cinéma”, chegou a entrevistar o cineasta britânico autor de “Psicose” (1960). Mais velho, parece até que Chabrol ficou meio parecido com o mestre do suspense: um senhor meio acima do peso que gostava muito de comer e tinha um humor peculiar.

Se levar em consideração os filmes de Chabrol, existem vários suspenses, alguns deles inusitados, como se contasse uma história aterrorizante com um sorriso no rosto. Ele também era bom em fazer crítica de costumes e já foi considerado “o Balzac do cinema francês”, em referência ao autor de “A comédia humana”.

Chabrol também fez parte da nouvelle vague, o movimento que revolucionou o cinema na França com nomes como Agnès Varda, François Truffaut e Jean-Luc Godard.

Claude Chabrol numa sessão de cinema ao lado de Isabelle Huppert. (Foto: Presse IndéPicarde/Creative Commons)

MUBI

Na mostra Claude Chabrol: Uma Nova Onda de Suspense, organizada pela MUBI, os filmes têm personagens moralmente ambíguos em meio a um fascinante estilo naturalista e irônico. E falam de adultério, obsessão e assassinato. Leia mais sobre cada um dos filmes a seguir.

Sandrine Bonnaire e Isabelle Huppert, em “Mulheres Diabólicas”. (Foto: Divulgação)

1. “Mulheres Diabólicas” (1995)

Sophie (Sandrine Bonnaire, de “O Acontecimento”) trabalha como empregada doméstica de uma família rica. Depois de ser incentivada pela amiga Joanne (Isabelle Huppert) a se rebelar contra os patrões, Sophie é demitida. Unidas por seus segredos, as duas decidem se vingar. Eleito um dos dez melhores filmes de 1995 pela revista “Cahiers du Cinéma”, também garantiu a Isabelle Huppert o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza, no mesmo ano.

Isabelle Huppert e Jacques Dutronc, em “A Teia de Chocolate”. (Foto: Divulgação)

2. “A Teia de Chocolate” (2000)

Neste estudo de personagem estrelado por Isabelle Huppert, um pianista volta a se casar com sua primeira esposa, a chocolateira Mika. Mas, por trás de toda a civilidade burguesa, impulsos obscuros se formam silenciosamente. O filme rendeu à Isabelle Huppert o prêmio de melhor atriz no Lumière Awards e no Festival de Montreal.

3. “Rien Ne Va Plus” (1997)

O 50º filme de Chabrol acompanha um casal de vigaristas com seus  golpes astutos e a personagem de Isabelle Huppert apunhalando homens pelas costas, em figurinos maravilhosos. Com humor sombrio, o filme é repleto de personagens desordenados. Destaque em festivais internacionais, garantiu ao cineasta o prêmio de melhor diretor em San Sebastián.

4. “The Color of Lies” (1999)

Um conto trágico que é também o retrato de uma comunidade dilacerada pela dor e desconfiança. A cinematografia pitoresca nos engana de forma agradável, enquanto a traição borbulha sob a paisagem fortuita.

François Cluzet e Emmanuelle Béart, em “Ciúme”. (Foto: Divulgação)

5. “Ciúme – O Inferno do Amor Possessivo” (1994)

Com roteiro de Henri-Georges Clouzot, esse filme ousado expõe hipocrisias masculinas. Paul (François Cluzet) comprou um hotel à beira-mar na França e, trabalhando com sua bela esposa, vivida por Emmanuelle Béart, ele começa a desconfiar dela, desenvolvendo um turbilhão destrutivo de ciúme.

6. “Masques” (1987)

Recheada de belas refeições, destacando a gastronomia como o pecado e o prazer da burguesia, a trama acompanha Roland, que se passa por jornalista, para entrevistar um apresentador de TV, que provavelmente é o responsável pelo desaparecimento de sua irmã. Indicado a duas categorias no prêmio César, o Oscar da França, entre elas, a de melhor atriz coadjuvante para Bernadette Lafont.

7. “Cop au Vin” (1985)

Essa comédia prova porque os mistérios de assassinatos são tão reconfortantes, ainda mais com esses ingredientes: vilarejo repleto de segredos, mortes misteriosas e um detetive brilhante e amargo (o inspetor Jean Lavardin). Aos poucos, a história revela a podridão escondida sob a respeitabilidade provinciana. Foi exibido em festivais internacionais, como Cannes e Toronto.

8. “Inspector Lavardin” (1986)

A sequência de “Cop au Vin” coloca as hipocrisias católicas na berlinda. O inspetor Lavardin (Jean Poiret) viaja até uma pequena cidade costeira para investigar a misteriosa morte  de um escritor católico, provinciano e rico. Ao chegar, descobre que a viúva Hélène (Bernadette Lafont) é uma antiga paixão, que ele não via há 20 anos.

Onde assistir

Claude Chabrol: Uma Nova Onda de Suspense, mostra com oito filmes do cineasta francês, em cartaz na MUBI.

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