Greca veta Memorial e trupe prejudicada fala em censura e retaliação

Grupo agora fará apresentação ao ar livre e promete criticar Bolsonaro e o prefeito de Curitiba

A decisão da prefeitura de não ceder o Memorial da Cidade para as peças do Festival de Curitiba causou prejuízos para companhias e pode se tornar um problema para o próprio prefeito Rafael Greca (DEM). Artistas revoltados com a impossibilidade de manter as apresentações programadas andam falando em “censura” e prometem retaliações.

O prefeito decidiu que neste ano, ao contrário do que em geral acontece, não cederia o Memorial, no centro histórico. A regra é que o local abrigue não só espetáculos como sirva de quartel-general para a organização do Festival – o maior e um dos mais importantes do gênero no país. Neste ano, a organização acabou ficando no Hotel Mabu.

O problema maior foi para alguns artistas que se sentiram prejudicados. O decreto de Greca dizendo que o Memorial não seria liberado, alegando necessidade de uso pela própria prefeitura, veio depois da impressão de panfletos e material de companhias que se apresentariam lá. Tudo foi para o lixo, e foi preciso reimprimir, causando custo dobrado.

Para o prefeito, a coisa fica pior: a SEM Cia de Teatro, que apresentaria por lá a peça A Mulher Monstro acha que o cancelamento da sede foi uma espécie de censura, para não deixar que o espetáculo, que critica abertamente Jair Bolsonaro (PSL) ocorresse. Agora, a trupe pretende apresentar a peça nas Ruínas de São Francisco de 4 a 7 de abril e fala que irá criticar também o prefeito.

A prefeitura nega que tenha havido qualquer tentativa de censura e diz que a decisão teve caráter meramente administrativo. E, na verdade, nem parece que faria muito sentido Greca se meter numa enrascada para defender Bolsonaro, com quem não tem proximidade nem grandes afinidades políticas. Mas, de qualquer jeito, o estrago parece estar feito.

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