Fundação Cultural negocia para preservar mural de Ray Charles em Curitiba

Painel gigante na Marechal Deodoro fica em prédio particular e começou a ser apagado

A Fundação Cultural de Curitiba tentará uma negociação às pressas para salvar o mural com a imagem de Ray Charles que começou a ser apagado na sexta-feira passada (12), conforme anunciou o Plural. O painel, que fica na Marechal Deodoro, na altura da Rua Conselheiro Laurindo, fica numa empena do edifício “A Muralha”, que resolveu pintar a parede depois de 11 anos com a imagem já clássica na cidade.

“A Fundação Cultural de Curitiba está tentando a preservação do mural do Ray Charles localizado em um edifício privado na Marechal Deodoro, no Centro da cidade”, diz nota enviada pela Fundação ao Plural. “Reconhecendo a importância desta obra para a cidade, a FCC está mediando uma conversa entre o condomínio e o artista, para reverter o apagamento e recuperar a pintura.”

Murais

A imagem de Ray Charles foi pintada por Leandro “Cínico”, como parte de um projeto apresentado por Celestino Dimas à Fundação Cultural de Curitiba, em 2013. Os prédios tinham por contrato a obrigação de manter a arte por pelo menos um ano, porém os murais acabaram se tornando queridos na cidade, e quando o primeiro deles foi apagado, em 2022, houve uma comoção.

A imagem de Jack Nicholson, pintada por Eduardo Melo (o “Artestenciva”) fazia parte do mesmo projeto. Em 2022, no entanto, os condôminos decidiram apagar a homenagem ao personagem de “O Iluminado”, de Stanley Kubrick, depois de uma trapalhada da fiscalização da Prefeitura de Curitiba, que ameaçou multar o prédio por propaganda irregular.

Os dois murais (de Ray Charles e Nicholson) foram financiados com verba pública. O terceiro mural do projeto, que fica na lateral da Biblioteca Pública do Paraná, e mostra uma cena de um filme de Woody Allen, foi pintado pelo próprio Celestino Dimas e ainda está intacto.

Orelha

Na sexta-feira, quando o Plural recebeu a imagem feita pela leitora Mariana Schwab, apenas a orelha de Ray Charles havia sido apagada. Para que se evite a destruição do mural, porém, a Fundação terá de agir com rapidez. O síndico do prédio informa que a decisão de apagar a imagem foi da gestão do edifício, uma vez que a tinta já estaria desgastada, o prédio precisa de manutenção e um estacionamento já estaria encobrindo de qualquer maneira parte da imagem.

De fato, a construção de um estacionamento de dois andares na Marechal oblitera parte da imagem de Ray Charles sorrindo. A visualização completa do mural só é possível hoje a partir das janelas de prédios da vizinhança.

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