Edição especial do festival Olhar de Cinema tem data estendida

Edição com exibições on-line se encerraria nesta quinta-feira, mas será prorrogada até domingo (14/6)

A edição oficial do Olhar de Cinema 2020 teve sua tradicional data junina adiada para outubro deste ano, por conta da pandemia. Mas, para não deixar junho passar em branco, lançou uma edição especial, totalmente on-line, com um propósito simpático: arrecadar fundos para ajudar a ONG Usina de Idéias, e os profissionais do setor audiovisual. A ação teve início em 3 de junho, e se encerraria nesta quinta-feira, dia 11, – período em que aconteceria o evento – mas teve a data prorrogada até domingo, 14 de junho.

Funciona assim: por um valor simbólico de R$ 5, o espectador poderá alugar um filme de edições anteriores do Olhar de Cinema para assistir pela plataforma de streaming MUBI, ou pelo site do festival. Depois de efetuado o pagamento, o público tem 72 horas para assistir o longa escolhido. Aqui vale uma distinção importante: as obras disponíveis no site do evento podem ser adquiridas até o dia 14/6, e assistidas até o dia 17, quarta-feira. Já, as obras que entrarem no catálogo do MUBI ficam disponíveis até o fim de junho.

“Pensamos em fazer alguma coisa legal para as pessoas assistirem filmes, e ao mesmo tempo ajudarmos – da forma que o festival pode – nesse momento”, destaca um dos diretores do evento, Antonio Gonçalves Junior. O dinheiro arrecadado será dividido igualmente entre a ONG e a vaquinha que está sendo feita para ajudar profissionais do audiovisual em situação de vulnerabilidade. “Ajudamos a nossa comunidade, aqui em Curitiba, onde o festival está inserido; e ao mesmo tempo a área do audiovisual – bastante prejudicada pela pandemia”, diz Junior.

A curadoria retoma títulos premiados em cada uma das edições anteriores do Olhar de Cinema – uma espécie de cápsula do tempo do evento. São 17 títulos destacados por sucesso de público e/ou de crítica: documentários se misturam a obras ficcionais, com temáticas e propostas que trazem questões atuais, como gênero e raça. “Trouxemos propostas que achamos que devem ser reforçadas, como filmes dirigidos por mulheres, por exemplo”, explica o diretor.

Para quem não quer se comprometer em ver muitas obras, mas topa ajudar a causa com pelo menos um aluguel, Antonio dá a dica: “É muito pessoal, escolha minha mesmo como público do Festival, não diretor. Gosto bastante do filme ‘Irmãos da Noite’ – acho um filme super forte, super instigante”, destaca. A obra foi exibida na edição de 2016, e conta a história de jovens búlgaros que se prostituem. Além de uma proposta estética “inquietante”, Junior ressalta o roteiro surpreendente.

Independente dos rumos que a pandemia tomar em Curitiba, o diretor destaca que a edição oficial do festival acontecerá impreterivelmente na segunda semana de outubro. Fica pendente, apenas, se haverá sessões presenciais ou não. Além da data, fica certo que parte da programação acontecerá virtualmente – uma ferramenta que será incorporada ao evento em outras edições, já adianta o organizador.

Mesmo com a transposição temporária do formato, Junior destaca a importância de realizar o Festival, ainda que sem levar o público às salas de cinema da cidade: “A gente acredita que manter o festival esse ano é um ato de resistência. Independente do que aconteça, não vai ser governo, não vai ser pandemia que vai fazer com que o festival acabe”, diz ao fazer uma panorama do encolhimento que os eventos de cinema sofreram nos últimos dois anos. “Vamos continuar existindo da forma que for”, afirma.

Serviço
Edição especial do Festival Olhar de Cinema fica disponível, on-line, pelo MUBI até o fim de junho, e pelo site do festival até 14/6 (domingo). O aluguel de cada filme custa R$ 5 e, após o pagamento fica disponível por 72 horas. A renda será revertida para a ONG Usina de Ideias e para a vaquinha dos profissionais do audiovisual.

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