Curitibana Isabella Lanave lança livro de fotos sobre neurodiversidade

“Leve a sério o que ela diz” explora a loucura e foi feito com a ajuda de pessoas neurodiversas

A jornalista, artista visual e fotógrafa curitibana Isabella Lanave acaba de lançar seu primeiro livro de fotos, “Leve a sério o que ela diz” (Lovely House). Na obra, a autora traz pensamentos sobre vida, saúde e transformação.

A partir do encontro entre imagem e palavra, a autora propõe uma reflexão sobre a loucura. Lanave acredita na importância de popularizar o debate sobre saúde mental.

“Ainda há um tabu muito grande em olhar para o tema, principalmente dentro das famílias. Isso é uma consequência da maneira como essas questões foram violentamente tratadas durante nossa história”, diz a fotógrafa. 

Família

A vontade de explorar o tema surgiu a partir da relação com a mãe, que é uma mulher neurodiversa, diagnosticada dentro das classificações da psiquiatria com o transtorno mental da bipolaridade.

“Quando decidi fazer esse trabalho, eu queria me adentrar em outras possibilidades de pensar saúde mental para além das que eu tinha vivenciado, que ainda eram muito doloridas para mim. Para isso, fui me conectando com as pessoas que viraram colaboradoras do livro”, afirma Lanave.

O título da obra é a reformulação de uma frase que a fotógrafa ouviu muitas vezes: “não leve a sério o que sua mãe diz”.

“Quando eu pude conhecer minha mãe com minhas próprias impressões e sentidos, durante meu crescimento e começando a fazer terapia, descobri a importância de levá-la a sério. Levá-la a sério é também levar meus sentimentos a sério, aprender a ouvir o corpo, a conversar com a própria mente. Loucura é fingir que não nos desestruturamos nunca”, diz a autora. 

Encontro

“Leve a sério o que ela diz” é um encontro entre Isabella e pessoas neurodiversas. Lúcia, Roseli, Taís, Lua, Xênia, Luiz, Victor, Vino, Stilo e Lucas são os colaboradores do projeto.

Eles escolheram como e onde gostariam de ser fotografados e, depois, escreveram uma carta sobre as sensações diante da experiência. As cartas encontram-se soltas dentro do livro – que começa pelo fim – próximas às páginas de cada colaborador. 

O projeto é também um encontro consigo. Segundo Lanave, o livro pode levar as pessoas a se depararem com suas próprias histórias e memórias. “Acho que pensar neurodiversidade é pensar vida, pensar movimento, pensar transformação. E estar viva é isso o tempo todo”, diz a fotógrafa.

“Time”

Em 2017, a revista “Time” destacou o trabalho de 34 fotógrafas ao redor do mundo. Como as profissionais em que era preciso prestar atenção. Quatro brasileiras figuraram na lista. Lanave foi uma delas.

Livro

“Leve a sério o que ela diz”, de Isabella Lanave. Lovely House Editora, R$ 125.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima