Barco fez conexão Brasil-Holanda na Flip

Tradutor promove a cultura e a literatura holandesas no festival. Foto: acervo pessoal.

A camiseta laranja-grifa-texto podia ser avistada de longe por quem terminava a travessia da ponte na Rua Tenente Francisco Antonio. Ao longo da margem do Rio Perequê-Açu, dividindo as águas com outras embarcações, estava uma novidade na programação paralela da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). A bandeira, nas cores rosa e laranja, informava ao visitantes que haviam topado com o Barco Holandês.

No continente, além dos livros dispostos sobre uma toalha laranja, também eram visível um cartaz escrito em letras garrafais: LIVROS À VENDA. A iniciativa é do tradutor Daniel Dago, um paulista poliglota de 32 anos, que carrega uma paixão inexplicável pela cultura e pela literatura Holandesas. “Eu sou um louco, eu sou obcecado pela Holanda”, conta Dago, que é filho de uma brasileira com um argentino.

Se a princípio a mistura entre latinidades parece não ter um ponto em comum com o país vizinho a Alemanha e Bélgica, o tradutor explica que foi – justamente – a presença de muitas línguas dentro de casa que o levou a essa paixão. “Em casa, desde de pequeno, estudei muitas línguas”, comenta ao recordar que, por volta dos 14 anos, começou por conta os estudos de alemão. O holandês foi uma das últimas línguas germânicas que Dago aprendeu, e logo se viu às voltas com um amor profundo por toda a cultura holandesa: da música, passando pelo cinema até chegar à literatura.

A tradução começou nas músicas: “Fui me aprofundando, e como não tem nada de holandês no Brasil, comecei a mergulhar mais na literatura holandesa”, conta Dago. “Eu quis fazer do holandês porque é uma coisa nova, essa é a graça”, revela. Apesar do amor, ainda não é possível viver das traduções, cujo trabalho funciona fora dos moldes tradicionais do mercado editorial: é o próprio Dago quem procura as editoras, oferencendo as obras que escolhe.

O Barco Holandês foi mais uma ação proativa de trabalho. Com alguns livros parados nas editoras, a ação auxiliou no lançamento de algumas traduções, além de apresentar ao público da FLIP 2019 novas obras. A ideia, aparentemente deu certo: “Vendeu bastante livro, o pessoal se interessou, perguntou. Foi ótimo! Minha ideia agora é aumentar mais”, avalia Dago que planeja manter a iniciativa para os próximos anos. “Eu já sou louco mesmo de traduzir, é o que eu amo fazer”, pontua.

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