O que esperar dos aeroportos do Paraná em 2021?

Após um 2020 muito ruim para a aviação no estado, tendência é de crescimento junto com o leilão de quatro terminais paranaenses

Chegamos a fevereiro de 2021 e já é possível fazer alguns exercícios de futurologia para os aeroportos do Paraná. Não que seja algo muito complexo, pois 2020 foi tão ruim para a aviação no estado que é praticamente impossível conceber que este ano será pior. Simplesmente não dá.

O baque para a aviação no país começou em março último. De uma hora para outra, as aeronaves pararam de voar e vários aeroportos ficaram às moscas. Por aqui, Cascavel, Maringá, Ponta Grossa e Toledo, que recebiam voos regulares das companhias aéreas, brecaram totalmente. Somente Curitiba, Foz do Iguaçu e Londrina entraram na chamada malha mínima da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e continuaram recebendo voos, mesmo que poucos.

A retomada iniciou de fato a partir de julho e desde então há um constante aumento na quantidade de voos nos aeroportos do Paraná. Mas ainda muito longe do que fora registrado em 2019. Só como base de exemplo, o aeroporto Afonso Pena tinha em média 90 decolagens por dia no início de fevereiro daquele ano. Agora são cerca de 40, ou seja, nem a metade. Em Londrina eram 16 contra 9 atualmente.

Esses números dão uma dimensão de que ainda há um caminho longo para percorrer até que o estado possa voltar aos mesmos índices pré-pandemia. A cada mês as companhias aéreas têm adicionado frequências por aqui e a tendência é de que até o fim de 2021 estejamos próximos ao que se via em 2019. Isso, claro, se a vacinação em massa realmente ocorrer e a economia do país dê sinais reais de recuperação.

De qualquer forma, 2021 será melhor que 2020 para a aviação comercial no Paraná. Não há dúvidas. O quanto será melhor é o que não sabemos. No fim, o importante é que sigamos conectados via aérea não apenas internamente, com voos entre as cidades paranaenses, mas também ao restante do Brasil.

Leilão de aeroportos vai ajudar na retomada

Há também outro motivo que fará de 2021 bom para a aviação no Paraná. Possivelmente ainda não sentiremos neste ano, mas a concessão de quatros aeroportos que são administrados pela Infraero (Afonso Pena, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina) poderá dar fôlego exatamente no momento mais necessário.

Marcado para 7 de abril, o leilão do Bloco Sul, que ainda conta com outros cinco terminais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, vai entregar à iniciativa privada a administração pelos próximos 30 anos. A estimativa de investimentos ao longo do período é de R$ 2,85 bilhões, incluindo a tão alardeada terceira pista do aeroporto Afonso Pena.

O grupo que arrematar os aeroportos do Bloco Sul terá total interesse na retomada completa dos voos e vai trabalhar com companhias aéreas e governos locais para que os seus terminais estejam cheios de passageiros o mais rápido possível. Afinal, é dinheiro e o investimento precisa ser recuperado para que o lucro apareça.


Para ir além

TCU aprova edital para leiloar 4 aeroportos do Paraná

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