Ninguém é pequeno demais para ajudar o planeta

Exemplos como o de Greta Thunberg mostram que solução depende de todos nós

A fórmula dos filmes de super-herói está gravada nas nossas cabeças. Quando existe um problema gigantesco, algo que ameaça a vida no planeta, por exemplo, fica parecendo que só alguém com poderes especiais (superforça, supervelocidade, ou uma quantidade infinita de dinheiro para construir parafernálias) pode fazer frente àquilo.

De fato, hoje o planeta enfrenta ameaças graves: aquecimento, extinção de espécies, desmatamento… Mas o problema é que não existe ninguém com superpoderes vindo de Krypton para nos ajudar. Não adianta jogar um sinal luminoso no céu: ninguém vai aparecer e nos tirar dessa enrascada. Se tem uma lição que precisamos aprender é: o futuro da Terra depende de cada um de nós.

Mas a boa notícia é: mesmo sem superpoderes é possível fazer muito. E estão aí pessoas de carne e osso, algumas delas pequenas e frágeis, para mostrar que todo ser humano pode dar a sua contribuição.

Essa é talvez a lição mais importante da sueca Greta Thunberg, que desde os 16 anos é cotada para o Nobel da Paz. Um livro sobre a vida dela e seu trabalho como ativista capta bem o espírito: “Ninguém é pequeno demais para fazer a diferença”. O problema é que a gente vê essas frases e pensa que Greta é a pessoa especial, falando talvez para outras pessoas especiais. Mas não: ela está falando comigo e com você.

A história dela é emblemática. Greta não tinha absolutamente nada de especial, a não ser a convicção de que ela tinha que fazer algo para evitar que a vida humana siga ameaçada. Com canetas e cartolinas, fez cartazes, foi sozinha para as ruas. Acabou servindo de exemplo e logo conquistou a adesão da juventude de sua cidade, de seu país.

Desde que ela ganhou notoriedade, as greves escolares para fazer protestos se espalharam pelo mundo, nas chamadas Sextas parta o Futuro. Com 16 anos, ela já estava atravessando o Atlântico em um veleiro (para não emitir carbono num avião) a convite da ONU. Seu discurso chocou muita gente – e conquistou milhões.

Greta não é a única. Há milhares de jovens fazendo a diferença em seus países e comunidades. Talvez o caso mais famoso seja o da menina Malala (hoje já graduada em Oxford), que na adolescência enfureceu o Talebã com sua luta para conseguir ter instrução formal. Enfrentou o machismo local, que proibia educação para meninas, e acabou sendo baleada. Continuou com seu esforço e acabou sendo escolhida para o Nobel.

Há jovens ganhando notoriedade por várias causas. Como a garota Amika George, que organizou um protesto em frente à sede do governo britânico ao saber que havia meninas e mulheres incapazes de pagar por absorventes durante sua menstruação. O protesto virou um movimento e obrigou as autoridades a tomar medidas contra o que ficou conhecido como “pobreza menstrual”.

Claro que nem todas as lutas vão ganhar o centro do palco, mas o importante é perceber que a geração de adolescentes e jovens adultos está dando uma mensagem importante para cada um de nós, e para o futuro de nossa sociedade. Ou cada um de nós acorda para as necessidades do planeta e da comunidade, ou dificilmente aparecerá alguém do nada para nos ajudar.

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