Os Beatles de Peter Jackson

Em seus 3 longos episódios, Get Back de Peter Jackson desmonta alguns mitos que duraram muitos anos

No final de janeiro de 1969 os Beatles fizeram um show surpresa no topo do prédio da empresa deles, a Apple Corps., em Londres. Era a última apresentação de uma das bandas mais importantes do século XX. Este show, conhecido como Rooftop Concert, faz parte do filme lançado em 1970, chamado Let It Be (mesmo título do álbum), do diretor Michael Lindsay-Hogg, conhecido do grande público por mostrar um clima sombrio e triste de uma banda preste a se separar, e com direito a criação de uma vilã, papel atribuído a Yoko Ono, então namorada de John Lennon.

Depois de 50 anos guardadas, o diretor Peter Jackson (trilogia O Senhor dos Anéis) faz uma nova edição de 57 horas de imagens inéditas, onde vemos quatro amigos que se amam, se divertindo enquanto criam 14 canções (que se tornarão clássicos) para o próximo álbum. Isso pode ser visto em Get Back (Disney +), documentário dividido em 3 partes, lançado entre os dias 25 e 27 de novembro deste ano.

Jackson, fã declarado dos Beatles, nos oferece um olhar de bastidores nunca antes visto sobre os quatro rapazes de Liverpool. Somos um espectador, observando os diálogos e as situações de músicos trabalhando em busca de construir novas canções. Mas não são apenas músicos, são os Beatles em ação. Comparando Let It Be com Get Back, vemos que uma mesma história pode ser contada de várias formas, basta mudar o ângulo de visão. Enquanto o primeiro tem um clima mais melancólico de fim de festa, o segundo mostra que, apesar de alguns momentos tensos, vemos amigos se divertindo enquanto criam músicas.

Em seus 3 longos episódios, Get Back de Peter Jackson desmonta alguns mitos que duraram muitos anos, como o da banda em pé de guerra, em que um não suporta mais a companhia do outro, e o da megera Yoko, que não deixa a banda fazer o seu trabalho. É fato que naquele momento John, Paul, George e Ringo já não são mais os rapazes de Liverpool, e sim homens com necessidades e agendas diferentes, mas que não por isso deixaram de se gostar, apenas não estavam mais olhando para o mesmo pôr do sol.

Para quem não é fã, pode ser uma obra muito longa e tediosa para se ver, mas para os fãs, assistir os Beatles de Peter Jackson será um grande deleite, e um acerto de contas com o passado.

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