Diversamente do que se pode imaginar, conhecer e compreender não são suficientes para que seja firmada uma relação baseada na tolerância.
Enquanto o conhecimento, exercido pela razão teórica, reduz o outro a um mero objeto, a compreensão ingressa no âmbito da moral ou razão prática, mas ainda se limita à intersubjetividade da simpatia, da busca pelo consenso e pelo apagamento das singularidades.
A fim de pôr em prática a razão tolerante, é preciso mais do que conhecer ou compreender.
Tolerar pressupõe a diferença e a capacidade de se comunicar; exige que se reconheça o outro em sua alteridade irredutível e inassimilável, afastando-se da lógica da dominação, bem como da homogeneização de uma comunidade monológica e chata, em todos os sentidos.
Sobre o/a autor/a
Giovanni Guaragni
Giovanni é professor de filosofia do direito e levaria livros e chimarrão a uma ilha deserta.