Um título de campeão – para não festejar

Por conta da tal gripezinha, uma revista traz uma capa fora do comum - uma imensa cova com os contornos do mapa do Brasil e o título campeão mundial

Depois de ler e curtir o Plural, como sempre o faz, há quem, devidamente protegido, a começar pela máscara e batendo 3 vezes na madeira antes de sair, tenha procurado uma banca de revistas/jornais. Longa caminhada. E encontrou uma aberta. Ufa! Aí, pôde manter um velho hábito, comprar a revista Carta Capital, ano XXVI, agora na edição 1.149, outra leitura mais do que obrigatória. Até mesmo porque ela traz uma respeitável estreia: Glenn Greenwald. Ele mesmo, “vencedor de um Prêmio Pulitzer e peça-chave nas investigações que mudaram o curso da história”, como ressalta o diretor de redação, Mino Carta, para frisar:  

– O jornalista e escritor terá Carta Capital como nova casa no Brasil. O extraordinário jornalista que desvendou a conspiração urdida por Moro e Dallagnol para acabar com Lula e seu partido junta-se a nós graças às afinidades eletivas.  

Ainda a respeito do título de campeão mundial: “O Brasil é recordista de mortes por Covid. Na Saúde sai um general, entra um médico, nada muda”.  

Glenn com a palavra  

– Aproveito minha coluna de estreia na Carta Capital, revista que leio desde que cheguei ao Brasil, em 2005, para explicar minha trajetória no jornalismo brasileiro e o que aprendi sobre a imprensa. Essa jornada é inseparável de uma injustiça histórica…  

E o jornalista dá o motivo para o seu pedido de demissão do veículo que ajudou a fundar, o The Intercept: teve uma coluna rejeitada por, segundo ele, conter críticas a Joe Biden, candidato democrata à presidência dos Estados Unidos. “Saí quando os novos editores pretendiam apoiar Biden e passaram a interferir no meu trabalho, exigindo grandes mudanças no texto, o que eu não estava disposto a fazer. Ainda assim, eu disse: Se querem rejeitar o meu artigo, tudo bem, é um direito, mas vou publicar em outro jornal. Aí eles responderam: Não, também não. Então, eles estavam tentando me silenciar e isso é inaceitável”.  

PS: dá nisso quando o jornalismo não é plural. Nos dois sentidos.  


Para ir além

Pena que não há vacina contra o mau-caratismo

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

O (des)encontro com Têmis

Têmis gostaria de ir ao encontro de Maria, uma jovem vítima de violência doméstica, mas o Brasil foi o grande responsável pelo desencontro

Leia mais »

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima