Rumo a 2021 – sem trocar o calendário

Algo que marcava o fim de ano: a farta distribuição de calendários de papel; mas, pelo jeito, a tradição foi quebrada pelo lado fatídico de 2020

À espera do ano novo, que, na verdade, não promete nada de bom por conta do desgoverno bolsonarista e de outros, nas esferas municipal/estadual, há quem esteja preocupado até quando olha para a parede. Isso mesmo. De olho no quase finado calendário 2020. E aí vem a pergunta que o atormenta: será que a (velha) tradição será mantida, com a distribuição gratuita de folhinhas? Bons tempos. Como diria o amigo Paulo Mercer, um mimo para agradar amigos, clientes, possíveis futuros clientes ou vizinhos.  

Mas isso não preocupa pelo menos uma pessoa, que se vale de um mesmo calendário há 4 anos e agora prestes a iniciar o quinto. Trouxe do Japão. Trata-se de uma pequena peça (6 centímetros por 4 de altura) com três dados de madeira para assentar e reassentar sobre a sua base, sinalizando o(s) dia(s) da semana. O contrário de atualizar o calendário de papel riscando os dias; basta ir alternando a posição dos dados. E, em qualquer dúvida quanto ao dia, é só recorrer ao celular.  

De volta às origens  

Calendário vem a ser um sistema para contagem e agrupamento de dias visando atender principalmente necessidades civis e religiosas de uma cultura. A palavra deriva do latim calendarium, livro de registro, que, por sua vez, deriva de calendae, que indicava o primeiro dia de um mês romano. As unidades principais de agrupamento dos dias, é claro, são o mês e o ano.

Sol e Lua como guia  

Como se sabe, talvez com exceção do guru do presidente, para quem a Terra é plana, as antigas civilizações utilizavam o Sol e a Lua para se guiar no tempo. Já o calendário gregoriano, adotado no Brasil, é padrão em quase todo o mundo, enquanto o povo de Israel e os muçulmanos seguem calendários diferentes, baseados em suas religiões. No caso dos islâmicos, eles utilizam datas estabelecidas pelo profeta Maomé.  

O ano novo chinês  

Crédito da foto: Duong Nhân/Pexels.

A China é um dos países que usam o calendário lunissolar, de forma que, como o nome indica, considera o ciclo Lunar e Solar, unidos. Com ciclos de 12 anos que têm início em fevereiro (ano novo chinês), o calendário apresenta seu horóscopo dividido de forma diferente, sendo relacionado ao ano de nascimento, e não aos meses como ocorre no Ocidente. Os animais repetem-se a cada cinco anos, sendo eles o rato, o boi, o tigre, o coelho, o dragão, a serpente, o cavalo, o carneiro, o macaco, o galo, o cão e o porco.  

Já no Japão…  

Para utilizar o calendário japonês é preciso decifrá-lo. A palavra para “dia da semana” é 曜(よう)日(び) (youbi). Na frente dela, coloca-se um kanji para determinar a que dia da semana se refere. Vamos lá:  

日(にち)曜(よう)日(び) (nichiyoubi) = domingo  

月(げつ)曜(よう)日(び) (getsuyoubi) = segunda-feira  

火(か)曜(よう)日(び) (kayoubi) = terça-feira  

水(すい)曜(よう)日(び) (suiyoubi) = quarta-feira  

木(もく)曜(よう)日(び) (mokuyoubi) = quinta-feira  

金(きん)曜(よう)日(び) (kinyoubi) = sexta-feira  

土(ど)曜(よう)日(び) (doyoubi) = sábado  

Em calendários, os dias da semana costumam aparecer abreviados, sem o 曜日 e apenas com o primeiro kanji. Quarta-feira, por exemplo, costuma aparecer apenas como . Também em anúncios de shows e eventos é comum que, após a data, apareça entre parênteses o kanji que indica o dia da semana em que cai aquele dia.  

Os kanji (漢字) são caracteres da língua japonesa adquiridos a partir de caracteres chineses, da época da Dinastia Han, que se utilizam para escrever japonês junto com os caracteres silabários japoneses katakana e hiragana. No mundo ocidental, kanji também é sinônimo de ideograma.  

Os dias da semana em japonês são compostos por oito kanjis, mas agora, vamos nos deter em apenas sete deles:  

 e .  

Domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta-feira, sábado.  

Números: 1, 9, 0, 7, 2, 8 –  

PS: caso interessar possa – para beber cerveja no Japão basta dizer biro para o dono do boteco. E, depois, apontar para uma das garrafas (bem visíveis) da prateleira.  

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