Máscaras e mascarados – ontem e hoje

Contra o vírus, não precisa ser herói de gibi ou do cinema para se proteger e proteger outras pessoas ao sair de casa

Devidamente precavido contra o vírus, há quem tenha saído de casa para ir ao banco. No caminho, como sempre, cruzou com pessoas sem máscaras. O uso de máscara é obrigatório e, não é de hoje, faz bem à saúde, mental e fisicamente, e tem uma longa história. Com as malfadadas exceções – da KKK a adeptos do banditismo.  

No futebol, já tínhamos o jogador mascarado. É aquele marrento (cheio de marra, de coragem, de ousadia), que poderia render muito mais em campo. Porém, vaidoso e convencido de suas qualidades, demonstra em campo pouco interesse na partida. E prejudica o desempenho de todo o time.  

Contra os maus espíritos  

Máscaras do Antigo Egito datam de cerca de 664/535 anos a.C. Na China, as máscaras eram usadas para afastar os maus espíritos. No Egito Antigo e na Grécia, eram inseridas sobre o rosto dos falecidos na crença da passagem para a vida eterna. E foi também na Grécia antiga que surgiram as máscaras teatrais.  

Já as de proteção fazem parte dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) – importantes na preservação da saúde e bem-estar dos trabalhadores. O uso é indicado para diversos tipos de segmento profissional. Os dispositivos permitem a filtragem de partículas invisíveis a olho nu, mas que podem causar problemas ao aparelho respiratório.  

Existem diversos tipos de máscara de proteção, sendo que cada uma delas possui características específicas. Daí a recomendação para determinado uso. É o caso, por exemplo, da máscara de TNT, o respirador semifacial com dois filtros e o respirador com válvula.  

E temos a máscara de escafandro, muito mais do que uma máscara: um capacete de mergulho, feito de cobre e latão ou bronze. Indicado somente para profissionais do mergulho.  

No papel e nas telas  

Alguns mascarados ficaram famosos graças ao gibi e ao cinema. Batman surgiu em 1939, por conta dos desenhos de Bob Kane, seguindo roteiro de Bill Finger. A primeira aparição foi na revista Detective Comics 27, na história The Case of the Chemical Syndicate. A princípio, a ideia era que Batman protagonizasse histórias do gênero policial. Relatam os especialistas no assunto que, com o passar do tempo, Batman se tornou um representante da vigilância entre super-heróis. Mas, o tom sombrio seria amenizado com a chegada de seu parceiro mirim, o Robin. E, com ele, o sucesso da revista aumentou. Até porque também surgiram alguns dos principais inimigos do super-herói: Coringa e a Mulher-Gato.  

Colorido aos domingos  

Fantasma, personagem Lee Falk (que também criou Mandrake, o mágico), contando as aventuras de um herói mascarado e com roupa característica, começou a ser publicado nos EUA em jornais diários, em 17 de fevereiro de 1936 – e, aos domingos, com edição colorida, em maio de 1939. Phil Davis era o desenhista. Foi o primeiro super-herói a usar um uniforme.  

Outro herói, ou super-herói, o Zorro, foi adaptado para ser usado em praticamente todas as mídias. Criado em 1919, o personagem foi interpretado inclusive por uma mulher.  

A(s) marca(s) do Zorro  

Em mais de 10 filmes, 8 seriados para televisão, gibis, desenho animado e até mesmo um musical, o Zorro foi uma criação do escritor Johnston McCulley. Com capa, chicote e máscara, acudia os indefesos com o seu fiel escudeiro, o cavalo Tornado.  

Douglas Fairbanks, ele mesmo, foi o primeiro ator a interpretar o herói em A Marca de Zorro, filme ainda do cinema mudo, lançado em 1920. Outros atores vestiram a máscara para produção de filmes e seriados de TV, caso de Guy Williams, Anthony Hopkins e Antonio Banderas. Em 1944, em O Chicote do Zorro, a grande novidade: o personagem principal foi interpretado por uma mulher, Linda Stirling.  

Em 2008 a história chegou ao teatro, um musical que até ganharia uma versão brasileira. Apesar das diferentes montagens, todas as produções conservavam a missão do mascarado: socorrer os fracos e necessitados sem pedir nada em troca.  

Portanto, sem ser mocinho ou bandido, use máscara para a história do coronavírus ter um final menos trágico.  

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

O (des)encontro com Têmis

Têmis gostaria de ir ao encontro de Maria, uma jovem vítima de violência doméstica, mas o Brasil foi o grande responsável pelo desencontro

Leia mais »

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima