Depois da filosofia das estradas, com as frases de para-choque de caminhão, que deixaram saudade, o jeito é curtir as de botecos, que não mais penduram a conta pela venda de cerveja e outras bebidas na base do fiado. Fiado que, antigamente, era o pendura – ou colocar no prego. Pendura que acabou virando pindura.
É que, nas antigas casas comerciais, e não apenas em bares, existia um prego onde o comerciante afixava as contas da turma que bebia e prometia para pagar depois. Quando o distinto cavalheiro retornava para meter a mão no bolso e sacar a carteira, o dono do bar retirava os papéis do prego, somava e cobrava.
Tal prática, por conta dos caloteiros ou esquecidos (“eu bebo para esquecer”), foi atualizada e exibe pitadas de bom humor. Alguns exemplos:
– Banco não vende pinga. Bar aceita cartão, mas não troca cheque nem vende fiado.
– Fiado só para maiores de 70 anos – acompanhado dos pais.
– Proibido vender cerveja para quem, depois da sexta garrafa, alega que só bebeu uma.
F – Foi
I – indo
A – até
D – dar
O – cano
– Fiado só pagando adiantado.
– Fiado é como bigode – se não cortar, só cresce.
– Fiado só para bom amigo. E bom amigo nunca pede fiado.
– Fiado só a partir de 2.099. E a conferir.
– 171 – Disque fiado (e espere sentado)
Do mosquito ao macaco
Em Itapoá, Santa Catarina, tem um bar que, na carta de bebidas, oferece sangue de mosquito. Isso mesmo. E nem o (feliz) proprietário do boteco soube explicar a origem do apelido.
Ainda de Itapoá, Avenida Principal, perto do Hotel Rainha de Itapoá. Diante de uma lanchonete, há uma frondosa árvore que parece brotar da calçada: e, em meio à espessa folhagem, uma pequena placa pendurada em um dos galhos, em ponto bem visível para os transeuntes, chama a atenção. Tanto que todo mundo interrompe a caminhada para ler o aviso:
– Não alimente o macaco.
Mesmo quem é morador de lá nunca viu o tal macaco. Pura pegadinha.