1964 – golpe militar? Não – foi civil militar

Com a morte do general Newton Cruz, vale lembrar a chamada revolução redentora, algo oriundo não apenas das casernas

Como foi noticiado, na sexta-feira passada, o general de divisão do Exército Newton Cruz morreu aos 97 anos, no Hospital Central do Exército, em Benfica, Rio de Janeiro. Ele foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (o temido SNI), entre 1977 a 1983, e do Comando Militar do Planalto.

E, em 1983, Newton Cruz esteve envolvido no caso do assassinato do jornalista Alexandre Von Baumgarten, ex-diretor da revista O Cruzeiro. O chamado caso Baumgarten teve início na madrugada do dia 13 de outubro de 1982, quando o jornalista e sua esposa foram sequestrados no cais de embarque da Praça XV de Novembro, no Rio de Janeiro, e levados para local ignorado. Dois dias depois, Von Baumgarten seria executado em Teresópolis (RJ) e, a mulher, dias depois.  

Em 2014, Newton Cruz seria apontado pela Comissão da Verdade como um dos 377 militares que cometeram crimes durante a ditadura – ditadura civil/militar.  

Biônicos de tempos passados  

Vale recordar: biônico vinha a ser o político investido num cargo mediante a ausência de sufrágio universal e cujo parâmetro, para escolha, era a sanção das autoridades de Brasília após o golpe civil-militar de 64. Isso mesmo, civil-militar, como corajosamente bem definiu a escritora Beatriz Kushinir em seu livro Cães de GuardaJornalistas e Censoresdo AI-5 à Constituição de 1988, da Boitempo Editorial, 2004.  Beatriz era mestre em História Social pela Universidade Federal Fluminense e doutora em História Social do Trabalho pela Unicamp.  

“A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente.”  

Albert Einstein.

“O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente…”

Mario Quintana.

“O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro.” 

Mario Quintana.

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