Tradicional reduto underground curitibano luta para se manter na ativa

Hangar, casa de show localizada no centro histórico, se reinventa durante a pandemia para driblar as dificuldades

O Hangar, uma das mais tradicionais casas de rock underground de Curitiba, se mantém ativo graças à insistência de seus proprietários e apoio de parceiros. Com contas acumuladas, a casa passa por sérias dificuldades financeiras. Para tentar manter o negócio ativo, os primos Josmar Batista e Osmar Leal, proprietários, estão vendendo rifa, locando o espaço para lives (mais de 60 no último ano) e fazendo delivery de marmita.

Impedidos de fazer eventos desde março de 2020, devido à pandemia de Covid-19, os primos têm se obrigado a reinventar e diversificar as atividades. As bandas e o público, da mesma maneira, aguardam a liberação dos órgãos governamentais para voltar aos bons tempos.

“Estamos tentando elaborar vários projetos para continuar, pelo menos, com as portas abertas”, diz Josmar Batista, atual proprietário do Hangar. “Fizemos recentemente, por exemplo, um evento chamado Sábado no Escuro. De fato, sem energia elétrica. A gente conseguiu uma extensão de um amigo nosso, o Samir, que disponibilizou para a gente uma tomada onde conseguimos ligar um freezer para vender uma cervejinha para a galera que apareceu lá”, conta.

Josmar Batista, proprietário do Hangar, acredita no retorno dos shows em breve. Foto: arquivo pessoal de Josmar Batista.

Passado glorioso

O palco, que já recebeu bandas como Ratos de Porão, Garotos Podres, Velhas Virgens, Dr. Sin, Viper, Dark Tranquility, entre outras, era ponto de encontro dos roqueiros e metaleiros. Festivais de bandas autorais da cidade também eram frequentes. Em diversos momentos, o Hangar foi o principal reduto de bandas underground da capital paranaense.

A marca tem mais de 25 anos de história e passou por desafios ao longo de suas quase três décadas de existência. Mudou de endereço por três vezes e passou mais de 5 anos fechado na última década, devido a embargo da prefeitura por irregularidades no imóvel. A casa foi reaberta em abril de 2019 e teve que ser fechada após um ano de sua reabertura em março de 2020 devido à pandemia.

Espaço tem sido utilizado para gravação de clipes, lives e ensaios de bandas. Foto: arquivo pessoal de Josmar Batista.

Retorno

Sobre o futuro da casa, Batista acredita na retomada dos shows, mas defende uma união maior das bandas e do público. “Eu ainda percebo uma desunião muito grande na cena pela questão das várias vertentes”, diz. “O pessoal acaba só vendo a banda dos amigos ou chega na hora de tocar e depois vai embora, ou o pessoal que vai tocar por último só chega no final. Ainda tem muita desunião, mas a gente tem esperança de que a coisa mude. Até porque o pessoal está vendo a falta que faz essa cooperação.”

Orientação: Otacílio Vaz (professor).

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

O (des)encontro com Têmis

Têmis gostaria de ir ao encontro de Maria, uma jovem vítima de violência doméstica, mas o Brasil foi o grande responsável pelo desencontro

Leia mais »

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima