Na era digital, o patrocínio de influenciadores digitais tem se tornado uma estratégia de marketing cada dia mais disseminada entre as marcas.
As redes sociais estão inundadas de #publi, o simples ato de arrastar para cima a tela do celular, não é algo mais tão inocente e despretensioso. Os influenciadores podem tanto alavancar o consumo, como colocar tudo a perder, bem rápido.
As estratégias adotadas pelas marcas vão desde oferecer produtos e serviços aos seguidores de seus escolhidos – influenciadores – até o patrocínio de eventos, podcasts, entre outros.
Durante o ano de 2021, o investimento em conteúdos de influenciadores digitais teve um aumento de 64%, conforme dados levantados pelo relatório de tendências e previsões de mídias elaborado pela Kantar. De acordo com o Influencer Marketing Benchmark Report 2021, 90% dos profissionais da área de marketing acreditam que o marketing de influência é uma estratégia efetiva.
Todas essas possibilidades de crescimento da empresa são positivas, e podem ser utilizadas, porém é importante se ater à associação da imagem da sua empresa com quem está produzindo esse conteúdo.
O maior exemplo disso, foi o episódio de um podcast que ganhou destaque nas mídias do país, cujo influenciador propagou falas apoiando à criação de um partido nazista, em razão do direito à liberdade de expressão. O caso gerou tanta polêmica que diversas marcas tiveram que prestar contas para seus consumidores, por terem seus nomes associados ao programa.
Porém, a liberdade de expressão jamais poderá ser confundida com disseminação de discurso de ódio, violência e preconceito.
A liberdade de expressão consiste no direito fundamental de manifestar-se livremente, quanto às suas crenças, convicções e sentimentos. E esse direito é independente de censura ou licença.
Todavia, quando a manifestação de opinião ultrapassa os limites da liberdade de expressão, quando incita a violência, ou manifesta convicções preconceituosas, fica caracterizado o discurso de ódio, pois esse discurso fere valores essenciais à democracia, como o direito fundamental à dignidade da pessoa humana.
A fala antissemita do apresentador repercutiu de forma extremamente negativa, sendo um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nos últimos dias, os atos realizados por ele, estão sendo investigadas pelo Ministério Público, por ser crime fazer apologia ao nazismo.
Com a repercussão da fala, os consumidores não perdoaram as marcas patrocinadoras e, logo, cobraram uma resposta em relação à repercussão da fala do influenciador, diante da sua responsabilidade social.
A responsabilidade das empresas está diretamente ligada com o compromisso com a sociedade, e vai além de questões como a criação de empregos. Uma postura ética da empresa não é uma opção, mas uma exigência da sociedade.
Nesse sentido, não basta que a sua empresa comercialize bons produtos, ou preste excelentes serviços, é necessário que a sua conduta seja ética, e que o posicionamento seja claro.
Os clientes, enquanto consumidores, estão cada vez mais atentos às condutas adotadas pelas empresas, seja o comportamento em relação aos funcionários, a preocupação com o meio ambiente, ou mesmo às causas que apoiam.
E o seu dever, enquanto empreendedor, é manter uma postura ética, preocupada com o bem-estar social, e focada em promover melhorias na sociedade. E essa postura se estende também às questões relacionadas aos colaboradores, com aplicação de advertências e penalidades, em casos de condutas inapropriadas.
Nesse sentido, ao realizar estratégias de marketing, ou mesmo parcerias entre a sua empresa e outras organizações, é importante observar se os valores dos seus parceiros são compatíveis com os valores da sua marca.
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