4 passos para conduzir conversas difíceis

Conversas difíceis são naturalmente... difíceis, mas tenho certeza que se você seguir esses passos terá muito mais chances de transformar um diálogo desafiador em uma conversa construtiva

Você precisa demitir alguém da sua equipe.

Precisa dizer para o seu chefe que quer um aumento.

Precisa falar para o seu marido ou esposa que o casamento chegou ao fim.

Precisa dizer pro seu filho que ele está bebendo demais e que seria bom buscar ajuda.

Precisa dizer para os seus pais que você não vai seguir a carreira que eles tanto sonham.

Certamente você já passou por uma ou mais situações parecidas com estas que eu acabei de descrever, seja como protagonista da conversa, ou como alguém que foi convidado a participar dela (mesmo que contra a sua vontade).

Diante de uma conversa difícil podemos ter basicamente 3 reações:

Nos esquivamos, mantendo uma postura de passividade. Nessas horas é muito normal que você sinta dificuldade em expor ou defender as suas ideias, dizer não ou impor limites claros. A sensação é de que você precisa ceder ou calar para resolver logo o conflito.

Nos exaltamos e agredimos. Isso acontece quando você adota uma postura de confronto, ergue a voz, busca argumentos agressivos e que desqualifiquem o outro. A sensação é de que você precisa fazer prevalecer a sua vontade e o seu ponto de vista, mesmo que para isso tenha que passar como um rolo compressor sobre o outro.

Ou, buscamos o consenso. Diferentemente do que muitos acreditam, buscar o consenso não tem a ver com passividade. Você precisa de muita assertividade para transformar uma conversa difícil em um diálogo construtivo.

Então qual é a melhor forma de lidar com essas conversas difíceis? O que funciona melhor nesses casos? Veja a seguir 4 passos para conduzir esse tipo de diálogo com mais assertividade:

Em primeiro lugar você precisa ter clareza do que espera que aconteça ao final daquela conversa. O que você espera que o outro faça? Qual é o seu objetivo final? O quanto está disposto a ceder para buscar o consenso? Antes de partir para o diálogo com o outro, busque essas respostas em você. Depois disso, pense sobre como gostaria de iniciara sua fala. O tom do diálogo é definido nos primeiros minutos de interação e pode ser decisivo para o sucesso ou não da sua conversa.

Segundo: Mantenha-se calmo. Por mais que o outro perca o controle, se você conseguir se manter equilibrado emocionalmente terá mais chances de conduzir a conversa por um rumo assertivo. Por isso, antes e durante a conversa monitore seus níveis de estresse. Perceba como você está se sentindo e procure fazer o que estiver ao seu alcance para manter a calma, nem que para isso você precise interromper a conversa e retomá-la em um outro momento.

Mas e se o outro estiver descontrolado? O melhor que você pode fazer é tentar ignorar a gritaria e focar em resolver o problema de maneira lógica. Fale de maneira calma, em vez de dizer: “pare de gritar”, prefira “você poderia falar mais devagar? Eu gostaria de poder te ajudar”. Frases como esta funcionam porque representam uma quebra de padrão. Quando uma pessoa se exalta ela espera que você se comporte da mesma maneira. Ao manter a calma e priorizar um diálogo lógico, você quebra o ciclo da discussão.

Terceiro: Quando o outro estiver mais calmo, convide ele a pensar de maneira lógica, faça perguntas como: “O que você gostaria que eu fizesse?” ou “Qual é a melhor maneira de resolvermos essa situação juntos?”

Quarto: Quando for expor o seu ponto de vista, evite começar frases com “Você é”, em vez disso prefira: “Eu gostaria que” – esse tipo de construção faz com que seus argumentos não pareçam uma acusação.

Outra boa estratégia é usar o padrão A,B, C:

A: Faça uma descrição dos fatos que levaram você a ter aquela conversa. Seja o mais claro e específico possível.

B: Fale sobre como aquele fato impactou você, como você se sentiu

C: Convide o outro a construir a solução, faça perguntas como: “Você pode me explicar o que aconteceu?” “O que você tem a dizer sobre o assunto?” “O que podemos fazer para resolver essa situação?”.

Conversas difíceis são naturalmente… difíceis, mas tenho certeza que se você seguir esses passos terá muito mais chances de transformar um diálogo desafiador em uma conversa construtiva. Vamos tentar?

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