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28 fev 2023 - 9h54

Trabalho escravo é culpa do Bolsa-Família, dizem em nota empresários gaúchos

Associação defende vinícolas pegas usando produtos do trabalho escravo e põe culpa em “sistema assistencialista” do país

Depois da descoberta de que três vinícolas gaúchas vinham contratando empresas que usavam trabalho escravo, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves resolveu soltar uma nota de posicionamento. Claro, diz que suas associadas são inocentes e que jamais teriam se associado à prestadora de serviço se soubessem o que estava acontecendo. Se parasse por aqui, a nota teria cumprido seu papel (duvidoso) de defender as associadas e tentar empurrar toda a culpa para quem foi pego fazendo o serviço sujo.

Lembrando: estamos falando de uma operação que flagrou gente sendo forçada a trabalhar 15 horas por dia, sem pausa, comendo alimentos estragados e superfaturados (para criar dívidas eternas) e que, se reclamasse, levava choques elétricos e borrifadas com spray de pimenta. As empresas que compravam ali (sempre bom dizer seus nomes: Aurora, Salton e Garibaldi) não tinham culpa? No mínimo foram negligentes.

Trabalho escravo e “assistencialismo”

Mas a nota da associação vai bem mais longe e coloca a culpa de tudo no sistema de proteção social do país. De uma maneira que nem sequer é compreensível, diz que esse tipo de situação (o trabalho escravo) deriva da falta de mão de obra para as vinícolas e outros setores. E que falta mão de obra porque as pessoas estão sendo mantidas por “um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade”.

Primeiro, claro, é preciso ressaltar que, não bastasse a estupidez diplomática de se dizer algo assim quando estamos vendo gente torturada por empregadores, não há lógica alguma na afirmação. O que quer dizer isso? Que não havia trabalhadores interessados em aceitar os salários oferecidos e que, por isso, foi preciso escravizá-los? Que se não fosse à força ninguém trabalharia pelo que eles pagam?

Desde a criação do Bolsa-Família há gente tentando empurrar essa história de que, por receber um auxílio mínimo governamental, os pobres não iriam mais querer trabalhar. Como se o dinheiro (mesmo agora, com R$ 600) fosse suficiente para bancar alguém, quem dirá uma família. E como se as pessoas não quisessem ter uma vida um pouco melhor.

Agora, ter a pachorra de dizer que isso leva ao trabalho escravo foi uma inovação e tanto do pessoal de Bento Gonçalves.

Detalhe: a maior parte dos trabalhadores escravizados vinha da Bahia, segundo se diz, com promessas de salários de R$ 3 mil ou mais. O que, é claro, não se concretizava. Ou seja: a associação de empresários gaúcha está dizendo que essas pessoas largaram sua vida na Bahia e seu auxílio governamental em troca de atravessar o país para ter um emprego que, imaginavam, seria decente – mas ao mesmo tempo, diz que ninguém quer trabalhar.

Seja lá o que os empresários tenham pensado, a defesa de que a proteção social aos mais pobres leva a trabalho escravo é ilógica, desumana e cruel. E essa associação, que fique claro, muito provavelmente é capitaneada justamente pelo setor vinícola, o mais forte da região.

Veja a nota completa:

“Na condição de entidade fomentadora e defensora do desenvolvimento sustentável, ético e responsável dos negócios e empreendimentos econômicos, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves vem acompanhando com atenção o andamento das investigações acerca de denúncias de práticas análogas à escravidão no município. É necessário que as autoridades competentes cumpram seu papel fiscalizador e punitivo para com os responsáveis por tais práticas inaceitáveis.

Da mesma forma, é fundamental resguardar a idoneidade do setor vinícola, importantíssima força econômica de toda microrregião. É de entendimento comum que as vinícolas envolvidas no caso desconheciam as práticas da empresa prestadora do serviço sob investigação e jamais seriam coniventes com tal situação. São, todas elas, sabidamente, empresas com fundamental participação na comunidade e reconhecidas pela preocupação com o bem-estar de seus colaboradores/cooperativados por oferecerem muito boas condições de trabalho, inclusive igualmente estendidas a seus funcionários terceirizados. A elas, o CIC-BG reforça seu apoio e coloca-se à disposição para contribuir com a busca por soluções de melhoria na contratação do trabalho temporário e terceirizado.

Situações como esta, infelizmente, estão também relacionadas a um problema que há muito tempo vem sendo enfatizado e trabalhado pelo CIC-BG e Poder Público local: a falta de mão de obra e a necessidade de investir em projetos e iniciativas que permitam minimizar este grande problema. Há uma larga parcela da população com plenas condições produtivas e que, mesmo assim, encontra-se inativa, sobrevivendo através de um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade.

É tempo de trabalhar em projetos e iniciativas que permitam suprir de forma adequada a carência de mão de obra, oferecendo às empresas de toda microrregião condições de pleno desenvolvimento dentro de seus já conceituados modelos de trabalho ético, responsável e sustentável.

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106 comentários sobre “Trabalho escravo é culpa do Bolsa-Família, dizem em nota empresários gaúchos

  1. Texto perfeito e necessário. Parabens pelo posicionamento e por nao deixar passar sem contestação uma nota com tamanho volume de insensatez e desprezo pela condição humana. O conteudo da nota da CIC-BG abre inclusive espaco para que novas atitudes como as denunciadas venham acontecer e sejam acobertadas pelo manto do dito desconhecimento inocente e culpa atribuída a um esforço governamental que busca minimizar o desequilíbrio entre as categorias sociais. Se a CIC-BG diz que falta formação de mão de obra qualificada, por que ela nao toma a iniciativa e cria cursos para formacao desta mao de obra para atuar nos seus setores? Por que esperar que neste caso o Estado assuma este papel e nao a iniciativa privada que tem interesse direto? Em que momento esta instituicao atuou em prol da melhoria das condições dos trabalhadores que atuam na atividade vitivinicola? Ou a preocupacao é apenas garantir o maximo de produtividade pelo menor custo independente do onus social?

  2. Parafraseando o hino do RS, meu estado, “sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra” (contém ironia). Meu estado, que chegou a cumprir papel histórico como berço do trabalhismo, não cansa de ensejar episódios de infâmia. Avança a passos largos em direção ao passado. Daqui há pouco irão defender de revogação da Lei Áurea.

  3. estas empresas que contratam, seus compradores forçam o preço para baixo.
    Na hora de vender os vendedores, precificadores forçam para cima.
    As empresas terceirizadas, na necessidade de suportar os custos e na ânsia de ganhar, procuram cortar custos das mais variadas formas.
    Os contratantes precisam fiscalizar as contratadas continuamente.
    Agora na ânsia de tomar este mercado , pode-se esperar oportunistas procurando deturpar todo esforço produtivo , e depois se apossar do patrimônio.
    E bom ficar esperto.

  4. Além do trabalho análogo e escravidão, o governo deveria fazer uma devassa nas contas dessas empresas pois, se são e foram coniventes com essa atitude, com certeza deverá ter mais sujeira debaixo do tapete.
    Há anos, toda e qualquer situação esdrúxula que venha a tona, a culpa sempre cai sobre os benefícios concedidos pelo governo.
    Vivemos tempos difíceis onde o errado, sempre tenta se colocar como o politicamente correto.

  5. Que nojo! Não bastasse o fato inacreditável em pleno século XXI agora vem essa nota abjeta. Muitos de seus membros com certeza descendentes de migrantes que vieram aqui fugindo da miséria de seus países, mas agora nao se lembram mais disso. Eu consumidora de vinho gaucho irei pro argentino ou chileno.

  6. Eu comprava muito suco de uva Aurora. Não vou mais comprar. Acho que TODOS nós que temos um pouco de humanidade e decência temos que nunca maus comprar dessas 3 empresas. AURORA, SALTON e GARIBALDI. Provavelmente não são as únicas a praticarem esses crimes nesta região, depois desse comentário criminoso dessa associação, mas as outras agora pensaram nas suas práticas e consequências.

  7. Reconhecer erros é uma virtude, mas parece que as grandes empresas envolvidas, resolveram colocar a culpa no Bolsa Família. O que já era ruim, agora ficou muito pior. O acontecido é de uma “burrice” sem tamanho, jogando fora o mercado brasileiro consumidor de vinhos, que estava crescendo, além de fechar as portas do mercado externo. Mesmo sabendo que muitos produtores de vinhos do Rio Grande do Sul, não se envolveram com o trabalho análogo à escravidão, o estrago já está feito.

  8. Tem muito de verdade nisso sim. Não concordo de maneira nenhuma com o tratamento dado aos funcionários.
    Mas alguém nesse país procure alguém de profissões que não sejam de nível superior pra ver a dificuldade imensa de se conseguir um pedreiro, carpinteiro, hidráulico, eletricista ajudante, diarista, etc etc etc. É terrível. Esses governos populistas só querem dar bolsas e mais bolsas para se elegerem. E cada dia mais está transformando o povo em um bando de Párias preguiçosos que não querem trabalhar.

  9. E simplesmente inacreditável que essa associação tenha redigido e publicado essa nota nesses termos.certamente contam com as leis brandas e a justiça cega desse pais.Esperamos que eles tenham de deus e da vida o castigo que merecem.

  10. Simplesmente, cruel, este posicionamento da CIC de Bento Gonçalves. Como podem usar de argumentos ímpios. Concordo que as políticas governamentais são controversas, especialmente, quando quando contribuem empáfia de certos segmento da sociedade.

  11. Essas marcas PRODUZEM BONS VINHOS. Não são órgãos de assistência e muito menos de fiscalização, que são ATRIBUIÇÕES DO ESTADO (caro e ineficiente). Responsabilizar empresas por falhas de órgãos de estado, é coisa típica de jornalista ingênuo ou mal intencionado.
    Ps.: vou continuar consumindo produtos dessas marcas e separando atribuições de empresas e do estado.

  12. É a piada do ano mas infelizmente a cara de pau dessas empresas não tem limites. Toda empresa que terceiriza tem no mínimo a obrigação de verificar e fiscalizar a empresa que está prestando serviço para ela, então essas vinícolas no mínimo são cúmplices do que aconteceu.

  13. Essa gente é escrota mesmo, com certeza que tem coparticipação desses empresários, de onde esse cara que se diz empresário e que contrata as pessoas ia tirar tanto dinheiro, para pagar o deslocamento das pessoas de um Estado tão longe. Iam buscar longe porque sabem que o pessoal daqui, não se deixaria escravizar. Os pobres não tinham para onde correr e nem para quem pedir socorro, acabavam aceitando a situação. Acho que o Ministério do Trabalho tem que prestar mais atenção nesses trabalhos por safra, como a colheita da maçã, da uva e de outras colheitas, com certeza tem mais gente escravizada por ai.

  14. E ainda querem separar este e outros estados para se formar outro país, provavelmente para oficializar a escravidão que nunca acabou no Brasil, como vc tem uma vincula ou outra empresa e não sabe o que acontece em suas dependências?

  15. Sou morador dessa região (cxs)e trabalhei em inúmeras colheitas como diarista,tenho dois dizeres sobre essa asquerosa nota , primeiro ponto é q sempre fui muito bem tratado onde trabalhei então isso é um casso atípico, mas referente a falta de mão de obra eu tenho 45 anos,sou de outra época quando quem trabalhava e c esforçava mais era recompensado e reconhecido,agora é o contrário quanto mais c trabalha menos nos querem pagar,assim desestimula os mais jovens pois o trabalho é sim pesado e tem q ser por necessidade contínuo,mas os produtores q é quem realmente plantam cuidam e colhem nos tratam muito bem,quem lasca com todo mundo são os cantineiros q são quem ditam o preço pago pela uva,fazem e acontecem em cima de todos,os colonos nós dão café,merenda as 9, almoço reforçado,merenda as quatro e janta reforçada,come se a vontade,pagam em média 150 a diária livre,então prq não ter progetos q tornem mais visíveis e atrativo aos jovens tais trabalhos,esses grandes empresários devem ganhar muito em cima desse tipo de contratação, diferente dos reais produtores q penam safra a safra pelas interperies do tempo e essa ditadura da indústria e seus atravessadores

  16. Lamentável, lamentável! Se as empresas não têm o cuidado de saber como são tratados seus colaboradores, ainda que terceirizados, não merecem outra atitude se não o boicote às suas marcas. Com o agravante de péssimas desculpas.

  17. O que me pareceu dizer no texto é que em BG e região não tem gente interessada em trabalhar (preferem bolsa família🤷🏼‍♀️) e por isso eles são obrigados a terceirizar trabalhadores de outros Estados (e escravizar 😱). Então, parece dizer que é o povo desta região que está de corpo mole e quer levar vantagem vivendo de assistência. Já leram post dos grupos de tradições gaúchas? Muitos afirmam que eles querem ser Nação Independente e menosprezam os demais brasileiros. Que todos os responsáveis – direta e indiretamente – por estas atrocidades e indecências para com estes trabalhadores sejam exemplarmente punidos e aprendam a respeitar o ser humano.

  18. Fico pasmo com a hipocrisia contida na nota do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves.
    É pura e simplesmente passar a responsabilidade irresponsavelmente.
    Não foi a toa que o Bolsonaro teve expressiva votação no RS, infelizmente reflete a ideologia enraizada na população.

  19. Vale ressaltar que se houvesse queda de produção certamente alguém das vinícolas iria reclamar já que há esse controle. Mas alguém para aferir as condições de trabalho na produção não há. Bonito né? Preocupação com lucro e o humano fica esquecido.
    E desde quando isso deve estar acontecendo?

  20. Acho que faltou falha de não inspecionar os trabalhadores por parte setores das vinícolas junto aos terceirizados.
    Este ocorrido irá fazer com que as vinícolas fiquem mais atentas nas contratações destas empresas .
    Não só as vinícolas, mas todas as empresas.

  21. Fora o dissabor de ler notícias sobre trabalhos análogos à escravidão no Brasil em pleno século XXI, aproveitando o momento de grande desemprego no país, temos uma associação anti-ética que transfere o problema para os programas sociais brasileiros, miito bem lembrado pelo autor da matéria e comentado pelo Adriano, …isso é uma vergonha!

  22. se tem falta de mão de obra então deveria ser o contrário, salários atrativos e bons benefícios.
    essa foi a desculpa mais estapafúrdia esfarrapada sem sentido que eles poderiam dar.

  23. Que horrível as desculpas usadas por estas empresas capitalistas neoliberais para escravizar pessoas humildes, e o que estavam fazendo as autoridades que segundo as notícias, não tomaram providências???
    Fico muito triste, tem razão do Rio Grande do sul, ter sido maioria na votação de 2022 a favor do desgoverno de Bolsonaro!!!!.
    Lamentável!!!!0

  24. Isso é o “agro” Td Família de bem , PÁTRIA e exploração e ainda dizem q a culpa é dos trabalhadores , os assassinatos em Sinop no Mato Grosso foi culpa das vítimas que ficaram na frente das armas dos assassinos !

  25. Mesmo em minha região as empresas privadas pararam de investir na instrução da população local por conta de políticos cobrando propina para permitir as obras ou por conta de sindicatos cobrando que deveriam receber um valor de taxa pelo trabalhador que estiver estudando com benefícios da empresa, aí te pergunto, tu iria pagar para 2 e poder usar só 1? E só pra deixar claro, eu sou um proletariado ferrado, trabalhando em uma empresa HORRÍVEL, que está quase parecido com o caso de Bento e Caxias, e espero que esses burgueses FDM venham a falir, pelas merdas que fizeram

  26. Isto é nessa nota , não acha que a empresa terceirizada responsável pelo os trabalhadores , estava fazendo algo desumano , pela expressão seria o certo escravizar, transferindo a culpa para programa assistencial do governo.triste hein ,provavelmente não seja inocente qto as condições dos trabalhadores

  27. Ótimo . Sem refresco para os transgressores das leis trabalhistas . Agora , onde está a mídia e o Ministério do Trabalho que não falam nada dos puxadores de carrinhos de sucata pelas avenidas das cidades ? Conheço donos de Sucatas que estão ricos , explorando a mão de obra dessa gente , sem pagar os direitos trabalhistas e sem darem recursos materiais mínimos de segurança para eles trabalharem na ruas . Hipocrisia é o que mais vemos no Brasil . Alo Ministerio do Trabalho ! Alô mídia ! Vamos , quero ver mexer nisso !

  28. Típica matéria tendenciosa. Vejam, as vinícolas contratam uma empresa terceirizada que foi descoberta usando trabalho escravo. Ora a estigmatizaçao das vinícolas só se justificaria se fosse comprovado que ela sabia que as terceirizadas usavam trabalho escravo.

    Eu continuarei consumundo os vinhos e sucos dessas vinícolas por acreditar que elas nao sabiam do problema, da mesma forma que nao consumo e rstigmatizo produtos fabricados pelo pessoal ligado ao MST por saber que sao fruto de invasoes de terra, muitas vezes açoes violentas que intimidam pesdoas e matam animais.

  29. Bolsa família é compra de votos dos mais carentes não resolve o problema do país, como disse o 9 dedos de 10 reais para um pobre que ele fica eternamente grato e por isso não querem mais trabalhar depois reclama que as empresas automatizam com robôs as empresas. Povo que se contenta com bolsa família tem que mais que se lascar mesmo

  30. Se não bastasse a barbárie, um grupo que se diz protagonista da cidade onde vivo, endossa está atitude.
    A inresponsabidade deste é tanta que não assume o que faz , e tão desumano que passa por cima de tudo e de todos para defender crimes passando a responsabilidade a outros.

  31. É muita “desinteligencia” desses representantes do setor vinícola do RS, para não dizer maldade, atraso, ignorância e outros tantos adjetivos dos quais eles fazem jus!

    A pessoa que escreveu essa nota, além de rasa na compreensão do todo, é míope total e, não tendo a menor capacidade de articular e tentar justificar esse absurdo injustificável, ainda insulta minha inteligência. Ave Maria!

  32. Ao ler esta matéria me deparei com muito folcrore e mentiras de quem nada conhece do assunto.
    Foi constatado trabalho escravo e os responsáveis sim devem ser punidos.
    Agora falar que trabalhadores trabalhava até 15 horas sem ter pausa, isso já é história pra boi dormir, não registrar a folga no cartão de ponto é uma falha que muitas empresas realmente na boa fé acabam não efetuando o registo, mas na prática jamais se trabalha sem folgas.
    Outro detalhe, o que a nora falou é a mais pura verdade, milhares ou milhões de pessoas ficam presa as migalhas que recebem de auxílios governamentais e não vão trabalhar, fazem um biscate aqui, um complemento ali e não vão trabalhar.
    Digo isso com toda clareza porque conheço a realidade de perto, recurso pessoal de norte a sul do país, na zona urbana e na zona rural, hoje recrutou em outros países também.
    No Brasil temos as piores mão de obras por causa destes auxílios.
    A questão de não permitir as pessoas sair do alojamento, não é uma questão de maldade e sim de necessidade.
    Mantive alojamentos com inúmeras pessoas e o stress é gigante, trabalhadores de níveis operacionais aprontam todas.
    Saem pra rua, lotam os cabarés, se envolvem em brigas, alguns são assassinados ou matam, morrem de acidentes, mijam nas ruas sem importar com mulheres e crianças que por ali passam.
    Anos senti isso na pele, mas segunda-feira sempre vários trabalhadores presos por diversos motivos diferentes e lá a empresa gastando pra soltar eles, empresa enviando corpos pra família, pagando indenizações, gastos com advogados.
    Reclamam sempre dá comida, do alojamento, do transporte, do pagamento, de tudo.
    Atuei mais na construção civil, os primeiros 90 dias maioria santinhos, a partir de 90 dias arrumavam confusão pra sair e receber o aviso prévio indenizado, a partir dos 6 meses o encarregado não conseguia segurar quase ninguém, pintavam e bordavam pra serem mandado embora e receber o seguro desemprego.
    Devemos ver os problemas na prática, com quem vive a situação, e não sair ai com folcrore atacando grandes empresas que já contribuíram muito com o desenvolvimento de nosso estado.
    Os empresários merecem mais respeito.
    Trabalhador operacional tem muita gente honesta, mas tem muitos que nem o diabo pode com eles

  33. Não me surpreende o conteúdo desta nota. O mesmo esquema, típico dessa gente, sempre empurrando a responsabilidade para outros e procurando inverter a verdade. Mesmo contra a evidência dos fatos.
    Prefiro comprar suco da Cooperativa do MST, na qual os trabalhadores são proprietários do negócio (e não o contrário).

  34. Qualquer tipo de exploração da pessoa, seja, financeiro, social,ou trabalhista, não deve ser amparado, por crônicas convincentes, que na realidade ofusca, a marginalização moral e, social dos indivíduo, principalmente, os que buscam no trabalho, a renda para vivem dignamente.

  35. Mas o RGS, essa região a América que fizeram que façam suas colheitas com os trabalhadores da região ora se foram buscar lá e pq discriminam, rebaixam, se acham melhor eu tocaria fogo no parreiral ou até no capataz . Não tem seus iguais pra trabalhar gente preguiçosa.

  36. Parabéns para esse jornalismo sério e comprometido que denuncia um discurso hipócrita e distorcido sob fachada de responsabilidade e ética, o qual infelizmente tem sido proferido por vários setores de nossa sociedade.

  37. Não fala sobre o que você não conhece!!!

    Deixa de comprar calçados, vestuário, material esportivo, inclusive de grandes marcas pois em SP está cheio de bolivianos e Paraguaios vivendo nas mesmas condições!!!! Só que permanente…. Por anos…

  38. Bacana. Se o cara não quer trabalhar por pouco dinheiro, tomar choque e comer estragada é porque existe bolsa família, daí se justifica escravizar as pessoas. Essas empresas são vergonha do Brasil. Enquanto não retratarem com cada indivíduo escravizado precisa ser boicotada

  39. Em vez de se lamentarem , mudem ou reformulem as formas de contratações. Contrate-os como efetivo nas colheitas e manutenção das uvas. Numa plantação de uvas existem muitas formas de trabalhos.

  40. Bah! Enquanto grande consumidor de suco de uva integral vou começar a observar a procedência dos mesmos. Da Aurora eu já não consumia devido ao seu alto preço em relação aos demais; agora tenho mais um motivo para tal!
    Quanto a nota da associação: absurda.
    Odon Machado

  41. Por favor,façam que chegue até as mãos do nosso presidente Lula. Faz tempo que estou falando que esse povo do nordeste merece todo nosso respeito. Eles vem pra cá, no sul pra poder ajudar as sua famílias,e passam por isso.Em Joinville foram queimados vivos,em São Francisco do Sul houve um incêndio onde estavam por o local,alojamento estar em péssimas condições, teve um óbito e vários feridos. Jesus olhe por esse povo tão sofrido. CHORANDO DE RAIVA DESSES MONSTROS. COMPARTILHEM PELO AMOR DE DEUS.NOSSOS IRMÃOS PRECISAM QUE NÓS OS TRATEMOS COM DIGNIDADE. ELES NAO,TIVERAM AS OPORTUNIDADES QUE O POVO DO SUL TEVE.TIVERAM QUE TRABALHAR PRA SOBREVIVER E ABANDONAR OS ESTUDOS AINDA JOVENS.EMPATIA POR FAVOR.

  42. Agora entendo porque as lojas Havan cresceu,pq a indústria Aurora cresceu tbm imagina se o Bolsonaro estivesse no poder que a justiça seja feita e que estes trabalhador volte ao seio familiar com dignidade.

  43. Sugestão de nota:

    “O Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) acompanha com preocupação as denúncias de práticas análogas à escravidão no município e se coloca ao lado das vítimas dessas violações dos direitos trabalhistas. Como entidade fomentadora e defensora do desenvolvimento sustentável, ético e responsável dos negócios e empreendimentos econômicos, o CIC-BG reconhece a importância do setor empresarial para a economia local, mas não podemos permitir que os interesses econômicos se sobreponham aos direitos humanos.

    Nesse sentido, é fundamental que as autoridades competentes cumpram seu papel fiscalizador e punitivo para com os responsáveis por essas práticas inaceitáveis. No entanto, não podemos colocar toda a responsabilidade nas mãos do poder público. Como sociedade, precisamos refletir sobre as estruturas e dinâmicas que permitem a exploração e precarização do trabalho, especialmente de trabalhadores migrantes e vulneráveis. Devemos trabalhar em conjunto para construir um ambiente de trabalho justo, digno e seguro para todos.

    Reconhecemos que as empresas envolvidas no caso desconheciam as práticas da empresa prestadora do serviço sob investigação e jamais seriam coniventes com tais situações. Entendemos que essas empresas são importantes forças econômicas da microrregião e reconhecemos a preocupação delas com o bem-estar de seus colaboradores. No entanto, é importante que as empresas estejam sempre atentas às práticas de suas empresas terceirizadas e prestadoras de serviços para garantir que não haja violações dos direitos trabalhistas.

    Situações como essa destacam a necessidade urgente de trabalharmos em projetos e iniciativas que permitam minimizar a falta de mão de obra e oferecer condições adequadas de trabalho para todos. Reconhecemos que há muitas pessoas com potencial produtivo inativo, mas a solução para isso não é simplesmente forçar essas pessoas a trabalhar ou culpabilizá-las por dependerem de sistemas assistenciais. Como sociedade, precisamos garantir que todos tenham acesso a oportunidades de trabalho digno e justamente remunerado.

    O CIC-BG reforça seu compromisso em contribuir com a busca por soluções de melhoria na contratação do trabalho temporário e terceirizado, bem como em apoiar projetos que promovam a justiça social e os direitos trabalhistas. Reafirmamos nosso compromisso com um desenvolvimento sustentável, ético e responsável dos negócios e empreendimentos econômicos, sempre com respeito à dignidade humana.”

  44. O MST produz suco de uvas e derivados nesta região, alguém sabe me dizer se estão usando irmãos como escravos??? Sei que não!
    Vergonha, vergonha… que paguem caro por esse crime, essas empresas e empresários vampiros do suor alheio.

  45. Culpar o bolsa família pelo mau caratismo das suas ações, isso é demais. Se apropriarem de trabalhadores honestos é vergonhoso. Vou fazer boicote das vinculada Aurora , Salton e Garibaldi.

  46. Essa notícia pode ser de apenas a ponta do iceberg.
    A covardia impregada na tentativa de se livrar da culpabilidade é imensa.
    Eis uma parte social imunda mentalmente, disfarçada de um pseudomoralismo, se justificando de forma malicioso, muitas das vezes até mesmo se utilizando de fatores religiosos para impôs vossas ganâncias.
    Tudo isso é nojento e deve ser coibido.

  47. Essa é a lógica do capitalismo exploratório. Acumulacao e apropriacao acima da vida e da dignidade daquelas pessoas que vendem, como moeda de troca, senao sua força de trabalho. Essas empresas se colocam acima da lei e nao ha porque nao sofrerem sancoes. Uma coisa nao tem nada have com outra. Justificar que “Bolsa Familia” fomenta excassez de mao de obra e dê direito a exploracao de mao de obra e submeter pessoas a regime escravo. Advogados defendendo criminosos que dentro nunca seriam anistiados.

  48. A leitura de alguns comentários aqui só prova que sempre vai ter gente para justificar esse tipo de atrocidade, vai de usar xenofobia como argumento a fazer textão dizendo que faz sentido as empresas aprisionaram os funcionários para eles não viverem a vida deles fora do trabalho.

  49. É tão flagrante o descalabro da nota que atrai a atuação do Ministério Público do Trabalho para apurar e buscar a reparação moral do patrimônio ético moral infligido. Quiseram legitimar a escravidão por uma justificativa baixa e inescrupulosa. É uma canalhice. Ao boicote!!!

  50. O curioso é que no vale do são Francisco, são produzidos uvas de altíssima qualidade, e são usadas na produção dos melhores vinhos e espumantes da América latina. Produtos esses feitos por mãos baianas. Porreta.

  51. Por falta de mão de obra escrava ou gratuita defendem uma forma análoga ao método escravagista. Coloquem então, seus descendentes, filhos e netos para trabalhar… Essa “cultura” arraigada de alto lucro para poucos e renda precária para muitos é a verdadeira doença dos países periféricos. Renda máxima e minima ( e o IR também) tem que ter uma projeção dos moldes europeus. Imigrantes vieram cultivar as terras tupiniquins por necessidade absoluta de sobrevivência. Descendente ou não, é útil refletir que se aqueles (nossos) fugiram da miséria em tempos remotos, aqui não vieram para semear mais miséria.

  52. Absurdo é alguém achar que um profissional liberal, sem faculdade tem que se sujeitar a ganhar misérias pelo seu trabalho, bolsa nenhuma sustenta ninguém, esse pensamento é de gente que não sabe o que é ganhar um salário mínimo, não faz ideia qto custa pra viver os privilégios a que sua renda permite.

  53. A situação é tenebrosa e os textos justificativos – para os ocorridos – têm lógica inusitada.
    Cadê a fiscalização trabalhista do Governo e das vinícolas contratantes ?
    Se as empresas nada vêm nesses níveis, como será o controle das fases da produção? Gostaria de saber. Mas, para isso, o Governo tem ministérios para reger fatos trabalhistas e de produção.
    Falou-se em “lapso” sobre o que foi verbalizado: seria de bom alvitre verificar se lapsos também poderiam vir a ocorrer na direçao de veículos e, se for o caso, de aeronaves e de embarcações. Até para proteção das pessoas e/ou de outrem.
    Acima, alguém comenta que não mais comprará as marcas, seguindo-se uma réplica de que só o fará até ver os produtos em promoção.
    A réplica nao merece comentários.
    Que Deus oriente seus filhos que ora fazem essas réplicas, assim como os que escrevem textos justificativos para estas situações!

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