Um passo errado do governo Ratinho Jr. (PSD) poderá detonar uma rebelião de presos na região metropolitana de Curitiba – ou uma guerra entre facções dentro da cadeia. O alerta está sendo feito pelo Conselho da Comunidade, que fiscaliza a execução penal.
O problema começa na Casa de Custódia de Curitiba. Superlotada, a cadeia teve duas mortes e relatos de sequestros nos últimos dias. Os presos chegaram a arrombar a porta que leva para o pátio e só não tomaram o presídio porque não quiseram.
Criada para abrigar detentos acusados de crimes sexuais, a CCC também tem hoje entre os mais de 700 presos (num espaço para 492, no máximo) gente ligada a facções.
A ideia, para descongestionar o lugar é levar parte dos faccionados para outra Casa de Custódia, em São José dos Pinhais. Mas a emenda pode sair pior do que o soneto. Lá, a cadeia é dominada pelo PCC, inimigo das facções que chegariam ao presídio.
Segundo o conselho, há risco de rebelião em Curitiba – por parte dos presos que não querem ir a São José. E há risco de rebelião em São José – por parte dos presos que não querem receber os rivais.
E, caso a transferência ocorra, é dado como certo que vai haver sangue.