Greca diz que não vai ser Herodes e mantém escolas fechadas

Prefeito diz que mortos pela pandemia devem estar gratos pelo atendimento recebido

O prefeito Rafael Greca (DEM) disse em entrevista concedida nesta sexta-feira (21) que não pretende reabrir as escolas por enquanto. Segundo ele, estudos mostram a possibilidade de crianças assintomáticas fazerem a transmissão do coronavírus para colegas, professores e funcionários.

“Eu tenho muito medo de me transformar num Herodes moderno, num matador de inocentes”, disse ele em entrevista ao canal de João Barbiero, o D´Ponta. O prefeito disse estar ciente das dificuldades das escolas particulares e mencionou o caso de São Paulo, onde as escolas foram à Justiça para reabrir. Mas afirmou que nenhum juiz decretará essa “matança”.

Greca falou por mais de meia hora em uma entrevista cheia de boa vontade por parte do apresentador, ex-secretário do governo Cida Borghetti (PP). Sobre a Covid, elogiou a própria gestão e disse que o pior já passou. “Nos preparamos para o pior e colhemos o melhor que nos podia acontecer”, afirmou.

Em outra frase de autoelogio, chegou a dizer que imagina que os 884 mortos pela pandemia em Curitiba até o momento estão agradecidos a ele. “Tenho certeza que do outro lado do caminho eles nos abençoam, nos agradecem, porque seus últimos momentos não foram de agonia, de padecimento”, disse ele, afirmando que todos foram atendidos.

O prefeito disse que cada vaga de UTI custa ao município entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil por dia, e que faz questão de ter sempre 50 a mais do que as usadas (o que acarreta um custo de quase R$ 100 mil por dia). “Eu não quero que ninguém padeça por falta de atendimento, que ninguém morra sem socorro. Não pode haver discurso político num momento de agonia e de aflição. É preciso haver a união de todosZ, disse.

Sobra a eleição, Greca disse esperar que o PSD de Ratinho Jr. aprove a coligação, o que liberaria Eduardo Pimentel para ser novamente seu vice. E afirmou que é candidato porque, depois de “recuperar a cidade da má administração que me antecedeu, quero recuperar Curitiba da pandemia”.

Quem quiser pode assistir à entrevista aqui.

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

O (des)encontro com Têmis

Têmis gostaria de ir ao encontro de Maria, uma jovem vítima de violência doméstica, mas o Brasil foi o grande responsável pelo desencontro

Leia mais »

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima