As mulheres vão derrotar Bolsonaro

O voto feminino tem tudo para tirar Jair Bolsonaro da Presidência em outubro. As pesquisas vêm mostrando que, assim como aconteceu em 2018, Bolsonaro tem muito mais força entre os homens do que entre as mulheres. Mas a diferença entre o que ocorreu na época e o que se vê hoje é imensa.

Em 2018, uma estratificação da boca de urna feita pelo Ibope, a pedido do Estadão, mostrou que Bolsonaro teve vitória de 61% entre os homens no segundo turno, contra 39% de Fernando Haddad. Entre as mulheres, Bolsonaro também ganhou, mas apertado, por 52% a 48% – só no Nordeste as mulheres deram vitória a Haddad.

Agora, segundo as pesquisas divulgadas até janeiro, Bolsonaro continua em primeiro lugar entre os homens, mas por uma diferença bem menor. No primeiro turno, segundo o PoderData*, teria 41% dos votos contra 35% de Lula, o segundo colocado. Mas entre as mulheres, a inversão é brusca: Lula ganha de Bolsonaro por 48 a 17 – ou seja, o petista teria quase o triplo dos votos do atual presidente. Entre as mulheres, até Sergio Moro chega perto de Bolsonaro (faz 10%).

Outros recortes também dão vantagem ampla a Lula. Na estratificação regional, por exemplo, há uma oscilação imensa. Lula chega a vencer por 57% a 22% no Nordeste, mas perde no Centro-Oeste e no Sudeste.

Sem uma pesquisa qualitativa, é difícil saber por que as mulheres têm uma preferência tão acentuada por Lula. Especulações, porém, são possíveis. Donas de casa estariam mais propensas, por exemplo, a se preocupar com o pão na mesa – algo que certamente tinham com maior fartura nos governos do petista. Homens talvez tenham maior tendência a se preocupar com questões ideológicas levantadas por Bolsonaro, como a liberação de armamentos.

Mas claro, são só especulações. O certo é que, se Bolsonaro não conseguir reverter a situação entre as mulheres, será inviável como candidato à reeleição.

*Metodologia: A pesquisa PoderData foi realizada de 16 a 18 de janeiro de 2022. Foram entrevistadas 3.000 pessoas. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O intervalo de confiança do estudo é de 95%.


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