Algaci Tulio foi o grande político popular de sua geração

Vice-prefeito por duas vezes, radialista morreu em decorrência da Covid aos 80 anos

Algaci Tulio, que morreu nesta quarta (13), aos 80 anos, em decorrência da Covid, é uma das figuras mais importantes da política curitibanas nos últimos 40 anos. Vice-prefeito duas vezes, era o grande nome do rádio que garantia votos de bairros populares para candidatos de seu grupo.

Nascido em Santa Felicidade, se criou com 10 irmãos em Rio Branco do Sul. Depois se mudou para o Ahú, passou pelo Exército em 1948 e começou a trabalhar no comércio. Passou pela Gualicho Lotérico, pela Az de Espadas, além do Banco Inco.

No rádio esportivo, começou na Rádio Marumbi, especializada em futebol. Passou por várias emissoras, mas onde ficou mais tempo foi na Rádio Clube e na Independência. Acabou se especializando em jornalismo policial.

Na Clube, sofreu um infarto enquanto estava apresentando o programa, “ainda com o microfone na mão”, dizia ele. Foi salvo por uma cirurgia de emergência que colocou três stents.

Também trabalhou em várias emissoras de tevê (Canais 12, 6 e 4) e escreveu para jornais impressos. Entrou para a política em 1982, durante a redemocratização, pelo PSD, estimulado pelo então deputado estadual Erondi Silvério.

Na primeira eleição, se tornou o vereador mais votado da cidade. Em 1986, repetiu a dose e logo passou a ser visto como um candidato viável à prefeitura. Foi o que aconteceu: em 1988, na sucessão de Roberto Requião, aparecia como um dos favoritos ao cargo.

Tudo mudou quando, em cima da hora, Jaime Lerner entrou como candidato em cima da hora, num acordo para que outros nomes da centro-direita deixassem caminho livre. Algaci acabou sendo o vice de Lerner, e os dois venceram a famosa campanha dos 12 dias.

O PTB de Algaci (e de outros comunicadores) se tornaria o grande partido popular de Curitiba, sendo sempre cobiçado para compor chapa de candidatos mais associados à elite. Foi isso que o levou à vice-prefeitura de novo em1996, dessa vez na chapa de Cassio Taniguchi.

No entanto, a parceria não deu muito certo e Algaci renunciou. Preferiu voltar a ser deputado estadual (no total teve quatro mandatos). Permaneceu na Assembleia Legislativa quase até o fim da carreira política.

Seu último mandato, na Câmara de Curitiba, já pelo MDB, terminou de forma melancólica quando o vereador admitiu o uso de notas frias para receber dinheiro de publicidade, na época da presidÊncia de João Claudio Derosso.

No final da vida, já fora das eleições e da rádio, se mudou para o Litoral. Deixa seis filhos e diversos netos.

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