Um livro, um filme e uma legião de fãs

Na Natureza Selvagem é um road-movie que vai e vem no tempo e que dá uma baita vontade de mergulhar na América do Norte

Ao assistir Na Natureza Selvagem, dá uma baita vontade de mergulhar na América do Norte que Sean Penn, diretor, traz em belíssimas imagens, em uma narrativa incrível. Que diretor! O roteiro – assinado por Penn e adaptado do livro de mesmo nome, escrito por Jon Krakauer – junto às canções de Eddie Vedder, fizeram do longa de 2007 uma Bíblia para aventureiros de todas as idades no mundo todo. Aliás, aumentaram bastante a legião de fãs que o livro, publicado em 1995, já tinha.

É um road-movie que vai e vem no tempo, assim como o livro. Fala da história real de Christopher McCandless, filho de um casal rico, que tem vários problemas de relacionamento com os pais. A irmã mais nova é amiga dele, mas não confidente: Chris tem uma ebulição interna que não revela nunca.

Depois de formado na faculdade, ele faz o que quase todo mundo sonha em fazer: larga tudo e cai na estrada em 1990. É um cair na estrada radical. Ele queima todo o dinheiro que tinha e nunca deu notícias para os pais, nem para a irmã. Viveu aventuras difíceis de acreditar por dois anos. Por fim, botou na cabeça que ia para o Alasca – e foi, onde encontrou a morte por a) estupidez ou b) falta de sorte.

Krakauer, também ele um aventureiro que já largou tudo e caiu na estrada, refaz a jornada de Chris. Entrevista todas as pessoas que tiveram contato com ele, conhece os lugares por onde Chris passou, até chegar no ponto do Alasca – a Stampede Trail – e no lendário ônibus escolar abandonado, onde o rapaz morreu.

O livro tem trechos dos escritores favoritos de quem ama a natureza selvagem, a solidão e a renúncia aos bens materiais. Narra também histórias de outros aventureiros, do século 20 e 19, que desapareceram ou morreram. E traz a história dele próprio, um jornalista conceituado que escreve para várias publicações especializadas em montanhismo, trilhas e, claro, aventuras.

Jon Krakauer.

O filme traz uma narradora, a irmã de Chris, Carine. E traz segmentos divididos em etapas da vida, embalados pelas magníficas canções de Vedder. Especiais são as cenas em que Emile Hirsch (Chris) contracena com Catherine Keener, uma adolescente Kristin Stewart e Vince Vaughn. Os pais são vividos por William Hurt e Marcia Gay Harden. E Jena Malone faz a irmã Carine.

Não tem melhor um do que o outros. As duas obras se complementam. Na época que o filme foi lançado, eu assisti, comprei o livro, li em dois dias, depois revi o filme e reli o livro com mais calma. Agora, comprei o DVD e reli o livro. Ambos continuam tão maravilhosos como antes.

Ah! O famoso ônibus Fairbanks 142 foi retirado do local há poucos meses por um helicóptero militar dos EUA. Motivo: segurança das centenas de aventureiros que foram até lá seguindo os passos de Chris, que terminaram em resgates.

Este ano, o brasileiro Gabriel Dias da Silva , de 26 anos, fez uma peregrinação ao ônibus abandonado e precisou ser resgatado.

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

O (des)encontro com Têmis

Têmis gostaria de ir ao encontro de Maria, uma jovem vítima de violência doméstica, mas o Brasil foi o grande responsável pelo desencontro

Leia mais »

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima